E esta triste realidade que se perpetua leva-nos a outro dito popular: “Quem espera, desespera”. Mas concretizemos a temática.
Desde agosto de 2022, há mais de meio ano, que o Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro se mantém sem direção clínica e com um desfalque no seu Conselho de Administração. Estas circunstâncias condicionam, inevitavelmente, a gestão das dinâmicas assistenciais e comprometem o planeamento futuro na prestação de cuidados.
Já foram tomadas várias posições, quer por parte dos partidos políticos, como da ordem dos médicos, e até uma moção foi aprovada pela nossa Assembleia Municipal, alertando para os riscos inerentes a este vazio governativo.
Recentemente, em comunicado à agência Lusa, o Senhor Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que o problema estaria solucionado a 31 de março, contudo, a 1 de abril a mentira perpetuou-se! Parece que não foi ainda possível resolver a situação do nosso hospital. Parece estranho e inaceitável e leva-nos a questionar o porquê deste desprezo reiterado do governo central para com a instituição que é das maiores empregadoras do concelho e que é responsável pela prestação de cuidados a toda a população do distrito de Vila Real e parte do distrito de Viseu. Será uma guerra por poleiros difícil de mediar? Será apenas a desvalorização da importância desta instituição e da saúde das populações do interior? Ou será um assumir tácito da ausência de elementos válidos nos quadros do partido socialista? Ninguém cumprirá os requisitos mínimos para, feito que está o diagnóstico, estabelecer a cura de uma instituição crucial no garante da saúde e bem-estar das nossas populações?
Mais rápido foi nomear um novo administrador para a empresa Águas do Norte, colocando estrategicamente os peões em jogo para aquilo que realmente interessa ao partido socialista: o poder pelo poder.
Numa total falta de respeito pelas instituições e pelas populações, nomeadamente as de maior vulnerabilidade, também a Segurança Social de Vila Real se mantem sem rumo.
Contudo, e não obstante ao papel determinante destas duas instituições e ao reiterado desprezo do governo central, mantem-se nas estruturas socialistas locais um silêncio incompreensível. Será que para eles está tudo bem? Ou que desesperam enquanto esperam por uma definição, sentindo já não terem qualquer poder de influência que lhes permita zelar pelos interesses de Vila Real?
Assim vai a governação socialista cá como lá: entre rodeios e falsas promessas e uma ou duas manobras de malabarismo são deixadas as pessoas à sua sorte sem pão e sem razão.