Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Profissionais da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor escrevem regularmente neste espaço.

Dificuldade pagamento de crédito

Fiquei desempregada e fui viver com a minha mãe. Fui--me apercebendo que lhe concederam dois créditos, tinha na altura 70 anos e uma pequena reforma. Como foi possível, não sei, nem onde gastou o dinheiro. Sei que durante 4 anos foi conseguindo pagar. Com a pandemia perdeu um rendimento extra e vai deixar de o poder fazer. Poderá ficar sem a casa onde vive? 

Quando um consumidor vai pedir um empréstimo deve avaliar se tem capacidade para o pagar. Identicamente, quem empresta dinheiro deve avaliar se quem o pede apresenta condições para cumprir com as prestações. Ou seja, as instituições de crédito estão obrigadas a promover a concessão de crédito responsável.

A situação profissional, o rendimento, a idade, o montante, o prazo de amortização, a taxa de esforço (peso dos créditos no rendimento), as despesas do orçamento familiar ou as garantias, são aspetos que deverão ser avaliados por quem concede crédito.

Caberá à instituição financeira decidir se concede ou não crédito, mas se o fizer, deverá ter em consideração a situação financeira do consumidor, os seus objetivos e necessidades, bem como a natureza do empréstimo. 

A avaliação da solvabilidade do consumidor, ou seja, da capacidade que o consumidor apresenta para honrar com o pagamento de um crédito, revela-se fundamental. O crédito, alavanca importante na gestão das finanças pessoais, também pode representar um problema, a prazo, e colocar em perigo o próprio património do devedor.

Para evitar uma situação de penhora ou via judicial, e antes mesmo do incumprimento, deverá contactar o credor e tentar um plano de pagamentos mais suave e consentâneo com o atual rendimento disponível. Existem mecanismos legais que protegem o consumidor neste quadro.

E não adie o problema, quanto mais depressa agir melhor!

Tente com os credores a reestruturação dos créditos e faça um plano de pagamentos que possa cumprir, evitando consequências negativas e o pagamento de comissões de atraso, juros de mora ou despesas judiciais, para além do risco de ficar sem o património.

A DECO poderá também apoiar na busca de solução junto dos credores.

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