Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2025
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E agora?

Contados todos os votos, desfeitos os empates e tomadas as posses dos executivos eleitos, podemos confirmar que se encontra encerrado o ciclo eleitoral autárquico que impactou os nossos últimos meses. 

Conforme conseguimos depreender pelos resultados eleitorais, somos um povo que muito resiste à mudança, tal como se comprova pelo simples facto dos nossos 14 municípios se manterem na mesma esfera partidária, sendo assim governados pela mesma força política do mandato 2021-2025.

No entanto, a falta de alternância não se deve somente à nossa resistência à mudança, mas também à idêntica atuação das candidaturas, quer entre si, quer quando comparadas com as ocasiões que antecedem.

No combate a este “mais do mesmo”, o Movimento Aguiarense Independente é um exemplo positivo, provando-nos que, até num território repleto de ideais persistentes, podemos fazer melhor e diferente sem se necessitar de anos de preparação em torno de uma bandeira, seja ela laranja, rosa ou, como in casu, em tons de verde.

Para o efeito, necessitamos que as candidaturas cativem, sejam disruptivas, com uma posição clara e vincada sobre o que se pretende e não pretende, trazendo gente com novas perspectivas e diferente modus operandi.

É nestes moldes que se agregaram os cidadãos em torno de algo que é desconhecido, mas transmite confiança. Tendo, no exemplo, esta mescla de arrojo e convicção resultado num terceiro lugar à Câmara Municipal, que assim referido pode parecer modesto, mas acompanha-se da grande vitória em 4 das 14 freguesias que compõe o concelho.

E agora? Agora é importante não nos deixarmos adormecer pela anestesia política que assombra grande parte dos nossos concelhos neste período que decorre entre a derrota eleitoral e meados de 2028.

Certo é que muitos – que andam de cerimónia em cerimónia – já se encontram em nova campanha, o que é excelente para a estratégia eleitoral, mas péssimo para nós, enquanto filhos deste belo território.

A política que se deve promover não é só a de proximidade, mas também a das ideias que permitam o desenvolvimento social, o crescimento económico, a fixação da população e – super importante – a atração dos que outrora praticaram o êxodo rural e buscaram na cidade as condições que não lhes oferecíamos.

Sem isto, de pouco valem as hipocrisias dos beijos e abraços, ou até cegueira política, pois de nada adianta aos atuais políticos e futuros proponentes estes rituais se, daqui a 12/16 anos, tivermos parte significativa das aldeias dos nossos concelhos completamente vazias.

É responsabilidade de todos os eleitos locais, nos quais naturalmente se incluiu a oposição, agir com seriedade e trazer medidas que reflitam real impacto e façam cessar a corrente do abandono da nossa região.

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