Na sala onde, em tempos, se aprendia a ler e escrever, foram colocadas máquinas de musculação e há também um espaço para aulas de ginástica. O objetivo é manter os mais velhos ativos.
“Somos uma freguesia com muita casa e pouca gente. As pessoas que aqui vivem merecem ser felizes e ter boas condições de vida”, afirma Manuel Fontes, presidente da junta de freguesia, confessando que o ginásio “era um sonho antigo que finalmente está concretizado”.
A escola estava inativa há vários anos e “decidimos dar-lhe uma nova vida, a esta e a outras da freguesia. Neste caso surgiu o ginásio e as pessoas estão a aderir bem”, conta.
“Venho pelo convívio e pela saúde. Noto que tenho mais agilidade e mais força”
Guilhermina Vilardouro
Prova disso é que nem a chuva os faz ficar em casa, como aconteceu no dia em que visitámos a aldeia. Guilhermina Vilardouro, de 58 anos, é uma utente assídua deste ginásio. “Venho pelo convívio e pela saúde”, refere, admitindo que “tenho mais agilidade e mais força”.
Sobre as obras feitas na escola primária, Guilhermina deixa rasgados elogios à junta de freguesia “que nos proporciona momentos destes. E mesmo com a chuva estamos aqui. De outra forma, a esta hora estaria em casa”.
“Tenho máquinas destas em casa, mas em convívio é totalmente diferente. Não custa tanto”, vinca.
BEM-ESTAR
Apesar de o ginásio ser aberto a todos, os exercícios são feitos sob a supervisão de uma profissional, neste caso Elodie Reis, que já acompanhava alguns dos utentes nas aulas de ginástica, dinamizadas pelo município.
Agora, duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, a ginástica dá lugar ao ginásio e Elodie vai dando orientações.
“Vou auxiliando na utilização das máquinas, no ajuste do peso e depois tenho que estar sempre a vigiar”, indica, confessando que “isto ajuda-os a nível psicológico e físico”.
E admite que “temos aqui pessoas em fase de recuperação de intervenções cirúrgicas e é preciso adaptar os exercícios. Cada caso é um caso”, afirma.
Que o diga Elsa Andrade, de 69 anos. Operada recentemente ao joelho, o exercício físico que aqui faz, tem ajudado na recuperação.
“Em vez de estar em casa vim para aqui, até porque faz bem à saúde”, afirma, explicando que “começamos por fazer um aquecimento e depois vamos para as máquinas. A professora vai dizendo o que podemos ou não fazer”.
E não esconde que “além do exercício, o convívio também nos faz bem”, frisa.
A junta de freguesia investiu cerca de três mil euros para criar este ginásio, que conta com algumas máquinas oferecidas pelo mestre Pina, do Ginásio Clube Mirandelense.
No entanto, para o presidente, Manuel Fontes, “o bem-estar das pessoas é o maior investimento que pode ser feito”. Prova disso são as t-shirts que os utentes do ginásio envergam onde se lê “aqui somos felizes”