Domingo, 19 de Janeiro de 2025
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Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Há professores sem a luz da esperança

A vida de um professor é hoje ingrata e incompreendida.

Antigamente, as sociedades respeitavam o professor como o padre da paróquia ou o médico da aldeia. O professor ultrapassava de longe o regedor. Hoje, vislumbra-se o desalento latente, mas sobretudo a voz cansada e inexpressiva de educadores.
Não raras vezes, os professores vivem de afonias e aflições porque a voz não ajuda e o que sai é uma espécie de pio fraquejado, uma declaração de intenções. Por arrastamento, surgem problemas psicológicos pela incapacidade de não saberem usar o instrumento fundamental para a dissertação das matérias.

Deve-se, nestes casos, recorrer a uma linguagem metafórica e emocional, para que os educandos se envolvam com motivação nas tarefas e no mundo fascinante que o ensino suscita. A introdução de uma bonita história poderá ser uma boa motivação para os alunos.
Nunca o mundo precisou tanto dos professores porque eles são o garante das transformações necessárias para uma nova ordem social no nosso planeta. O papel do professor devia merecer, dos governos e da população em geral, carinho e respeito, porque do que eles fizerem dependerá o nosso futuro. Não há futuro sem uma boa educação e nós não podemos nivelá-la tão por baixo.

Erasmo de Roterdão numa noite de inspiração disse: “A primeira fase do saber é amar os nossos professores.”

O professor é quase tudo o que mundo precisa: é mediador entre a ciência e a cultura. Ele ajuda no crescimento e no apoio às novas gerações, num processo de desenvolvimento humano… Todos sabemos que a educação é um processo que se inicia com o nascimento e só termina com a inevitabilidade da morte. Quando a educação é mal conduzida, as consequências para o desenvolvimento, a formação e a vida em geral podem ser catastróficas. A crise da educação acompanha a crise das sociedades.

Não há educação que nos valha, quando milhares de professores se deslocam, diariamente, fazendo dezenas de quilómetros até à sua escola. Se aí permanecem durante a semana, terão de pagar dormidas e alimentação, bem como outras despesas… terão de educar também os seus filhos, se os tiverem.

Há vidas desgarradas de professores, vidas sem motivação, sem luz nem esperança. Há vidas perdidas de professores que em muitos casos não ganham sequer para irem trabalhar, nem constituir família. Há situações tão graves que a educação só pode ser utopia pedagógica, demagogia e falsidade. Os professores precisam de reganhar o seu espaço na sociedade como principais atores e educadores de pleno direito. Eles devem ser eternamente os mensageiros na transmissão dos verdadeiros legados culturais deste país que levou novos mundos ao mundo, país que não se resigna com tudo aquilo que o estrangula no despertar de novos saberes e valores.

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