Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
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Informar com rigor e seriedade

A comunicação social é um dos pilares da democracia, é importante que exista e seja valorizada

Li com desconforto e alguma revolta o direito de resposta que o Pe. Heitor Antunes enviou para este jornal. Primeiro, porque convivemos muito tempo no seminário, já ele era padre, e jamais se notou ou constou algum comportamento estranho na relação com os seminaristas. Como colega no sacerdócio, sempre se pautou pelo companheirismo, lealdade, cordialidade e prestimosa camaradagem; no serviço à Igreja, sempre lhe reconheci seriedade, dedicação e competência. Em segundo lugar, porque logo se percebeu que as notícias publicadas refletiam uma grave indigência jornalística, uma daquelas maroscas que alguns jornalistas produzem, com inverdades, calúnias, especulações, mentiras, falsidades, omissões graves, parcialidades, um produto luzidio e muito bem embalado para causar impacto e servir o sensacionalismo, que capta a atenção das pessoas e vende jornais. São notícias lamentáveis e altamente lesivas para o bom nome das pessoas e sua dignidade. Devem merecer uma séria reflexão de quem as produz e publica.

Não quero crucificar ninguém, o jornalismo também comete erros, uns indeliberadamente e outros deliberadamente, e não sei se é o caso. A comunicação social é um dos pilares da democracia, é importante que exista e seja valorizada. Mas se quer ter credibilidade e ser respeitada, contribuindo verdadeiramente para a democracia, tem de se deixar orientar por exigentes critérios de respeito pela verdade e pela pessoa humana e sua dignidade, e produzir informação com seriedade, isenção e rigor, bem fundamentada e objetiva, que sirva o bem comum da sociedade. Uma coisa é a verdade, outra coisa é aquilo que eu quero que seja verdade ou que dá jeito que seja verdade. Um jornalista e um órgão de comunicação social estão ou devem estar ao serviço da verdade, sem cedência a boatos, interesses, pontos de vista, perceções pessoais, leituras enviesadas ou a construções convenientes.

Infelizmente, hoje em dia, assiste-se a este escabroso fenómeno de julgamentos na praça pública ou da proliferação de difamações com efeitos incalculáveis, com o grande contributo dos meios de comunicação, com danos irreparáveis para a vida e o bom nome de muitas pessoas, continuamente vasculhadas e expostas, muitas vezes, à custa de mentiras e falsidades. São as novas fogueiras de condenação pública, que queimam para o resto da vida. Os meios de comunicação devem existir, mas que não seja à custa de enlamear o bom nome das pessoas e da destruição de vidas humanas.

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