Quem votou no Chega convencido que estava a reforçar a direita em Portugal teve a prova de que o seu voto foi perdido como ainda agora se viu, quando esse partido se aliou ao PS para derrubar o governo da AD. A propagada ideia, repetida demagogicamente por André Ventura, de que o Chega era um partido diferente dos outros, desde logo porque era constituído por gente boa e séria, que pretendia limpar Portugal dos maus e dos desonestos, caiu cedo perante a realidade agora conhecida.
Para se ver a razão destas minhas palavras, basta ler o artigo da jornalista Bárbara Reis “O Chega, Cristo e os anjos”, no jornal Público de 15/03/25, em que André Ventura se assume como muito cristão ao dizer: “E olhe que eu sou muito cristão mesmo.” A propósito desta frase e referindo-se à fotografia que acompanha o artigo, a jornalista escreve: “Tem graça o presidente do Chega usar a cartada religiosa acompanhado, pelas minhas contas, por sete deputados do partido que têm ou tiveram processos na justiça por questões, digamos, pouco católicas”. A jornalista enumera-os e bem assim aos factos que os levaram à justiça por indecente e má figura: “Pedro Frazão, Pedro Pinto (líder parlamentar), Rui Paulo Sousa, Ricardo Regalla, João Tilly, Pedro Pessanha, Marta Martins Silva (vice-presidente do Chega)”. Depois, a jornalista acrescenta: “Estes são os sete anjos que acompanharam Ventura esta segunda-feira. Mas o Chega tem mais anjos”. E aqui estão eles: “Miguel Arruda (deputado, roubo de malas), Cristina Rodrigues (deputada), Marcus dos Santos (deputado), Filipe Melo (deputado), Eduardo Teixeira (deputado), Nuno Pardal (deputado a Lisboa), José Paulo Sousa (deputado nos Açores), João Rogério Silva (dirigente em Oliveira do Hospital) e Artur Alves (professor)”.
Todos estes nomes foram ou são acusados de ilegalidades que vão desde insultos e ameaças a seus pares e a cidadãos anónimos, a roubos e a pedofilia. Isto é o que se sabe para já. A confirmar que o Chega e o seu líder André Ventura só usam o insulto e a chicana política, aí estão os cartazes de propaganda desse partido em que põem, lado a lado, José Sócrates e Luís Montenegro e acusam o atual 1º Ministro de corrupção!!!
O que é que o atual 1º Ministro tem a ver com José Sócrates e o seu comportamento? Que provas é que o Chega tem de que Luís Montenegro é corrupto? Na política não deve valer tudo e muito menos a mentira e a calúnia que é a prática do Chega. Tenho a certeza que os eleitores enganados que votaram no Chega, agora sabedores da hipocrisia e desonestidade desse partido e conhecendo as vergonhosas práticas de alguns dos seus membros, vão optar nas próximas eleições pelos partidos de centro-direita, como é a AD, únicos capazes de governar Portugal com competência e seriedade e fazer frente à esquerda socialista.