É uma história de sucesso que se confunde com a do proprietário, que trabalhou três anos como pasteleiro, depois foi para o ramo dos transportes, até que se lembrou de comprar um camião e estabelecer-se por conta própria. “Não fazia ideia do que era este negócio, mas fui-me adaptando e ainda hoje continuo no mercado. Tem sido sempre a crescer. Andei sete anos sozinho, em que fazia a rota Portugal, Luxemburgo, Bélgica e Alemanha. Depois, entrou um funcionário, mais tarde já eram dois motoristas e eu fiquei por cá. Hoje tenho 40 camiões e 44 funcionários”, revela.
Questionado sobre o facto de ter a empresa sediada numa aldeia, José Carvalho confessa que isso não lhe trouxe “nenhum inconveniente, só benefícios”. “É um ambiente familiar, os motoristas e as pessoas do escritório são mais focadas, porque não há tantas empresas à volta e, assim, não há forma de desviar as atenções, mas também temos um armazém na zona industrial de Constantim, em Vila Real”. Apesar destas vantagens, há também inconvenientes, porque “as indústrias estão todas no litoral”, confessa. Mesmo assim, está “feliz” por ter a empresa sediada na terra onde nasceu.
Os aumentos nos combustíveis têm sempre forte impacto numa empresa como esta, no entanto, o empresário revela que o negócio “corre bem”. “Posso dizer que a empresa está muito bem, estamos a andar. O melhor ano é sempre o último, é sempre a subir”, sublinha.
4 MILHÕES
Em 2021, a empresa faturou quatro milhões de euros, está na 86ª posição do ranking das 500 Maiores Empresas de Trás-os-Montes e este ano espera aumentar o volume de negócios. “Ainda não atingimos, mas para este ano esperamos aumentar a faturação, como tem acontecido todos os anos”.
José Carvalho afirma ainda que desde que começou a guerra na Ucrânia, o negócio “não está fácil, porque há muita gente que se está a aproveitar dessa situação. A guerra começou em fevereiro, a cotação do gasóleo já esteve mais alta do que está hoje, mas a diferença é pouca neste momento. Pergunto: porque é que os governos deixam haver tanta especulação nos mercados?”, adiantando que 40% da despesa da empresa é em gasóleo”.
FUTURO
Com o futuro cada vez mais incerto, José Carvalho está preocupado com a Alemanha, o motor da Europa, que representa 60% da faturação da sua empresa. “A única coisa que me preocupa não é Portugal, nem a Espanha, nem o gasóleo, é simplesmente a Alemanha, a maior economia da Europa, porque já sinto que estão com muito receio e entraves, o que não augura nada de bom”.
Num tempo de grandes mudanças, a JPC Transportes vai continuar a trilhar um caminho de sucesso, transportando para toda a Europa produtos alimentares, em que o segredo para o sucesso se resume a uma palavra: dedicação.