Onde quer que esteja um dirigente partidário, faz-se eco deste e de outros acontecimentos que estiveram presentes na Comunicação Social (CS) do país nos últimos dias. Há quem estranhe, quem considere exagero, ou mesmo totalmente desadequado e desajustado. O ruído criado à volta de certos episódios da governação está nesse grupo. Mas em democracia, o escrutínio da opinião pública deve ser considerado normal. Afinal, é o povo que elege. Exagerado será o eco que alguma CS faz de certos eventos ou situações, esquecendo outros, muitas vezes, em flagrante contradição com a realidade.
A greve é um direito que chegou com a democracia. Fazer manifestações é outro. Escrutinar os governantes nada tem de especial, se for feito com respeito pelos direitos de todos, inclusive, dos que estão a ser objeto de escrutínio. Informar é outro direito. Fazê-lo com objetividade, isenção e de forma fundamentada é um dever dos que assumem esse papel. Por tudo isto é que todos nós temos o direito de questionar uma greve à 1ª hora de aulas, sabendo que os pais podem não levar os filhos à escola com receio de os deixar sós. Angariar fundos para pagar os dias de greve também provoca interrogações – e de outros profissionais?!… Os sindicatos mais parecem estar numa disputa de quem puxa mais a corda!
Um professor, tal como outro trabalhador que está em situação de precariedade dez ou quinze anos, mostra que há uma evidente situação de injustiça. Fazer trabalhos burocráticos em vez de dispor de tempo para preparar as aulas também elucida que “algo vai mal no reino da Dinamarca”. Mas se o Ministro afirma e escreve que há um processo negocial e pretende que continue, não se compreendem nem os acampamentos, nem a gritaria, eivada de populismo, de um qualquer dirigente sindical. O mesmo se diga das pequenas, ou grandes que sejam, situações que levam à demissão de governantes.
Estranha-se, isso sim, que não se dê igual atenção aos sucessos dos portugueses, porque é um esforço de governantes e de governados, quando se sabe, por exemplo, que Portugal foi o 2º país da Europa cuja economia mais cresceu o ano passado, o maior crescimento desde 1990. Está a baixar, e muito, a sua dívida soberana; o rendimento médio das famílias subiu 18,4% comparativamente a 2015. Há muita coisa em que o ruído não se coaduna com a realidade.