Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Manuel R. Cordeiro
Manuel R. Cordeiro
Professor Catedrático aposentado da UTAD

Paiva Couceiro – um Monárquico convicto, anti-republicano e anti-salazarista

O seu pai foi General, pelo que não admira que ele seguisse a carreira militar. Faleceu em 11 de fevereiro de 1944. Casou com Júlia Noronha no dia 26 de Novembro de 1896, na freguesia da Encarnação, Lisboa, filha do 3º Conde de Paraty, D. Miguel de Noronha. Como era filha primogénita, à morte do pai, foi 4ª Condessa de Paraty.

Não vou falar sobre o militar brilhante que foi Paiva Couceiro. Essa faceta é conhecida de todos os portugueses. Falo-vos da sua família e do que significou para os monárquicos portugueses a sua ação na tentativa de Portugal continuar a ser uma monarquia depois de no dia 5 de Outubro de 2010, esta ter sido derrubada e implantada a República.

Paiva Couceiro e muitos outros Portugueses não se conformaram com esse facto e reagiram. De 4 para 5 de outubro de 1911, comandou uns tantos portugueses imbuídos do mesmo espírito que ele, e protagonizaram a Primeira Incursão Monárquica com vista a reimplantar a monarquia, entrando por Vinhais, vindo de Espanha.

Durante a sua vida ocupou cargos militares e políticos de grande responsabilidade, com destaque para o de Governador-geral de Angola, entre 2007 e 2009, onde deixou muitas obras feitas. Foi também deputado da Nação. Foi condecorado várias vezes, entre elas, com a Ordem Torre e Espada, Ordem de S. Bento de Avis e a Medalha de Ouro da Rainha D. Amélia.

 

 

Paiva Couceiro foi perseguido pelo Estado Novo, em atropelo das garantias das liberdades cívicas e esquecida a sua imensa folha de serviços prestados à Pátria”

Por tudo o que fez por Portugal, até então, foi, em 1896, proclamado “benemérito da Pátria”.

Nos anos letivos de 1961-62-63, estudei no Seminário de Vinhais, sendo condiscípulo de Manuel Barroso, natural de Fornos, pequena aldeia muito perto de Vinhais. Diz ele que “ouviu em sua casa que as forças republicanas, cerca de 90 homens, sob o comando do capitão Andrade, se instalaram no Seminário de Vinhais, vandalizando parte das instalações, durante o tempo que ali permaneceram.

Quando entrou em Vinhais com os seus homens, Paiva Couceiro mandou libertar os presos feitos pelos republicanos, arriar a bandeira da República e hastear a da Monarquia. Toda esta cena se desenrolou sob vibrantes aclamações da população. Tanto assim que ele foi homenageado e recebido nas casas da aristocracia vinhaense”. Entretanto, as forças republicanas foram reforçar-se a Chaves e regressaram a Vinhais. Perante isto, Paiva Couceiro entendeu retirar e continua o Manuel Barroso, “alguns incursionistas pernoitaram em Rio de Fornos, sob alpendres dos meus familiares que lhes forneceram de ceia, pão, toucinho e batatas cosidas. Tenho, sob o meu cuidado, uma bala que algum deles deixou cair no colmo que lhe servia de colchão”.

Esta incursão teve grande repercussão no Brasil. Uma carta vinda do Brasil para António Meneses Cordeiro, primo de meu pai e monárquico convicto até morrer, por um seu primo de apelido Reimão, datada de 28 de novembro de 2011, relatava essa repercussão.

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