O Festival Lua Cheia “Arte na Aldeia” está de regresso para mais uma edição. Desta vez, o evento, que mantém as suas raízes em Vila Real, irá “iluminar” a aldeia de Benagouro, que passará a acolher o novo espaço de criação da cooperativa cultural: a Sala Peripécia.
A edição de 2022 do Festival, que irá decorrer entre 11 e 17 de julho, conta com a apresentação de cinco espetáculos de teatro, duas sessões de cinema e, ainda, a estreia da reportagem “Fabricar uma Peça”, do realizador Ramón de Los Santos. O evento irá acolher, também, a inauguração da obra “O Mapa”, da artista Paula Magalhães.
A edição deste ano do Festival Lua Cheia – Arte na Aldeia assinala o início de um novo capítulo na história da Peripécia Teatro. A companhia, que está, desde 2007, instalada na antiga escola primária de Coêdo, em Vila Real, passará, agora, a contar com um novo espaço de criação: o Centro Cultural e Recreativo de Benagouro. Este local – que resulta do protocolo estabelecido, em abril deste ano, com a Comunidade de Baldios de Benagouro – irá, por um lado, promover o acesso da população local ao teatro, à música, à dança, ao cinema e a outras artes, potenciando, assim, a sua formação cívica e cultural, e, por outro, promover o desenvolvimento do trabalho artístico da companhia. A inauguração deste novo espaço, a Sala Peripécia, terá lugar no primeiro dia de Festival, 11 de julho.
Uma viagem pelo teatro, cinema e fotografia
O Festival arranca, às 21h00, com a apresentação de “O Mapa” de Paula Magalhães, uma obra que procura “instantes, retratos, memórias e as ligações” à aldeia de Benagouro. O momento será seguido pela exibição de “Fabricar uma Peça”, uma reportagem documental que procura fazer um retrato, na primeira pessoa, do dia a dia dos atores e dar a conhecer a essência do teatro, desde os primeiros ensaios, à atuação final, passando pelas motivações de criação do espetáculo ou pela reflexão sobre a importância desta arte. Com realização de Ramón de Los Santos, a reportagem pode ser vista no dia 11 de julho, às 21h30. As iniciativas que compõem o primeiro dia do Festival são de entrada gratuita.
O segundo dia do festival ficará marcado pela apresentação da produção própria “A Peça (Em 4 Turnos)”. O espetáculo, que procura retratar a história de quatro operários de uma fábrica que, nas suas horas vagas, formam um grupo de teatro amador, tem como principal objetivo homenagear todos aqueles que fazem teatro. Já no dia seguinte, 13 de julho, dois frades sobem a palco para relatar passagens divertidas do seu mentor – Francisco de Assis. Em “Sopa de Pedra”, do encenador Nuno Correia Pinto, o público é convidado, ainda, a assistir à construção de marionetas com os materiais ou objetos que os dois frades vão encontrar no local. No dia 14 de julho, o destaque vai para a exibição do filme “Operário Amador” – documentário que parte da memória de alguns operários têxteis, que fundaram “O Teatro Construção”, e que serviu de mote para a criação de “A Peça (Em 4 Turnos)” – e para a estreia do poema “Operário em Construção”.