Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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Portugal com valores recorde de mortalidade

Em 2021, Portugal registou a maior taxa de mortalidade dos últimos 65 anos (12 mortos por cada mil habitantes no país).

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Excluindo as mortes devido à Covid-19, a mortalidade continua em valores recorde para o período pós-25 de Abril, tendo 2020 sido, mesmo, o ano com maior mortalidade desde o Estado Novo (11,2 mortos por cada mil habitantes).

Analisando a evolução da taxa de mortalidade em Portugal desde 1950, percebemos que houve uma tendência decrescente até à década de 80. Se na primeira metade da década de 50 a mortalidade se fixava em valores próximos de 12 mortes por cada mil residentes, no início da década de 80 fixava-se em valores próximos de 10 mortes por cada mil residentes (em 1982 foi atingido o valor mais baixo em todos os anos analisados neste quadro, 9,3 mortes).

A década de 90 pautou-se por um crescimento na mortalidade, atingindo-se, em vários anos, taxas de mortalidade acima dos 10,5 mortos por cada mil habitantes. Seguir-se-ia um novo período marcado pela redução da mortalidade, essencialmente na primeira década do século XXI (mortalidade próxima de 10 mortos por cada mil habitantes, tal como na década de 80).

Na última década voltou a assistir-se a um crescimento da mortalidade em Portugal, mas, desta vez, de forma mais pronunciada, com números recorde para o período pós-25 de Abril (e até para períodos mais longos). A Covid-19 veio acentuar ainda mais esta tendência, no entanto, explica apenas uma pequena parte do excesso de mortalidade. Se excluirmos a mortalidade Covid, a restante mortalidade continua em valores recorde e com trajetória ascendente.

2022 será, novamente, um ano de recordes, a julgar pela evolução ao longo do primeiro semestre. Portugal teve, em Junho, o maior excesso de mortalidade entre todos os Estados-membros da União Europeia (registou mais 25% de óbitos do que a média registada no mesmo mês entre 2016 e 2019, um valor cerca de quatro vezes superior à média europeia). Esta tendência tem sido uma constante durante todos os meses do presente ano.

Para além da Covid-19, o envelhecimento populacional é um dos factores relevantes para justificar este incremento na mortalidade, para o qual contribuiu também a incapacidade dos serviços de saúde em dar resposta às necessidades dos utentes. Após dois anos negros para os indicadores de saúde nacionais e internacionais, os sistemas de saúde deparam-se com o desafio de se tornarem ainda mais sólidos, fiáveis e eficientes, aprendendo com os erros do passado, e preparando-se para os desafios do futuro, procurando retomar a tendência de aumento da esperança média de vida, que não se verificou durante a pandemia.




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