Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Rezar pelos defuntos

Estamos no mês das almas, novembro, mês que a Igreja dedica à memória e a uma oração mais intensa pelos defuntos, animada pela esperança na vida eterna.

Sei que estou a falar de algumas verdades e acontecimentos que se tornaram descartáveis ao homem atual, que quer viver como se não exista morte e que não tem um dia de prestar contas pela vida. E já estamos a habituar as novas gerações a dar pouca importância a estas coisas, quando estamos paulatinamente a deixar que parvalhices como o Halloween comecem a ter mais atenção do que rezar pelos defuntos. É incompreensível quando perguntamos aos pais porque que é que os filhos não vieram celebrar todos os santos e os fiéis defuntos e os pais respondem que ficaram a dormir porque estiveram a celebrar o Halloween. Convém dizer às crianças e aos jovens que todos devemos ter a nobre atitude de rezar pelos defuntos. E há que falar da morte, porque é ela que dá sentido à vida. “Desaparecido em tantos cristãos o sentido escatológico, a morte foi envolvida pelo silêncio, pelo medo ou pela tentativa de banalizá-la. Mas não aceitar e não respeitar a morte significa não aceitar e não respeitar nem mesmo a vida”, afirma Joseph Ratzinger.

Este mês das almas assenta profundamente numa verdade da fé cristã: a existência do purgatório. Este será um momento breve de purificação para aqueles que já estão salvos, mas precisam de se libertar de algumas imperfeições e manchas de pecado. Todos pressentimos que vamos precisar deste momento, porque somos feitos de bem e de mal, de divisão, fragilidade e incoerência. Por isso a Igreja reza pelos defuntos. Diz assim Joseph Ratzinger: “Se o purgatório não existisse, seria preciso inventá-lo, porque poucas coisas são tão espontâneas, humanas e universalmente difundidas, em qualquer tempo, em todas as culturas, do que a oração pelos próprios defuntos queridos. Orar pelos próprios mortos é um movimento espontâneo demais para ser sufocado; e é um testemunho belíssimo de solidariedade, de amor, de auxílio, que ultrapassa as barreiras da morte. Da minha recordação ou do meu esquecimento depende um pouco a felicidade ou a infelicidade de quem me foi caro e passou agora para a outra margem, mas não deixa de ter necessidade do meu amor.”

Como Igreja, não deixemos cair no esquecimento o essencial, a pedido de Ratzinger: “a vida é uma questão extremamente séria, devemos estar atentos para não recusar a proposta de vida eterna, de eterna amizade com Cristo, que é feita a cada um.

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