Nessa altura era a Família Real cuja retirada para o Brasil em 1808, onde chegou em 1809, gerou, interna e externamente, convulsões políticas e sociais que apenas serenaram em 24 de maio de 1834 com a Convenção de Évora Monte.
A constituição de 1822 consagrou os direitos individuais de liberdade, de segurança e de propriedade para todos os Portugueses. A liberdade de imprensa; a comunicação das ideias de cada um; e a igualdade de direitos, de certa forma obtiveram a paz. A promoção do Estado do Brasil à dignidade de Reino e declarando unidos os Reino de Portugal, Brasil e Algarve.
Nos meios urbanos houve muita perturbação, autoritarismos e prepotência que a aquela Convenção, tentou diluir. Tais distúrbios, aqui, ali e acolá deixaram marcas, algumas das quais com registo histórico.
Joaquim Ribeiro Aires é, na sociedade dos nossos dias, um investigador com provas dadas. Acaba de publicar um pequeno-grande livro a que chamou, Vila Real Revolução Liberal de 1820.
Neste testemunho mostra e demonstra que «a Revolução foi pensada e iniciada, no Porto, pelo Sinédrio, mas precisava de quem a levasse avante. Isto é, precisava do apoio explícito e atuante dos militares. Muitas das altas patentes estavam cansadas de serem segundo plano na mão dos ingleses, em especial do Marechal inglês Carl Beresford, que punha e dispunha no país com o beneplácito do Príncipe Regente/ D. João VI, acomodado com as delícias brasileiras. Ora, entre estes militares estavam dois, nascidos em Vila Real: brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, irmão do general Francisco da Silveira, e o Marechal de Campo, comandante do exército do Norte, Gaspar Teixeira de Magalhães e Lacerda. A acompanhar estes, o coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda, filho do tenente-coronel Manuel Jorge Gomes Sepúlveda que, em Bragança e em 1808, deu o grito de liberdade contra os invasores franceses». A Academia de Letras de Trás-os-Montes resumiu neste paragrafo, divulgado à imprensa o argumento deste episódio, do que foi a essa revolução. O autor afirma na introdução que esse episódio de 24 de Agosto de 1820 foi, certamente, o acontecimento mais importante na historiografia do século XIX. Acompanho esta convicção firmada no testemunho.