Até ao momento o Ministério da Cultura continua em incumprimento com as ajudas para o setor cultural superar a crise, dando a ideia que a verba de 0,21% do Orçamento de Estado para 2021 para a Cultura trata-se de um grande investimento ou apoio. Agora que garantidamente é assumido que a cultura não é vista como um setor pertinente para o Estado (todos nós).
A Cultura enquanto dependente da vontade do(s) governo(s) é o filho mais desnutrido. É aquele que é o primeiro a ser abandonado face a qualquer crise, mas fora da crise também não é o melhor acarinhado. Como a economia portuguesa vive de crise e dos apoios económicos, este filho mal-amado não consegue crescer, pois nunca é devidamente apoiado. Cria-se a ilusão que explorar intensamente a cultura e o património cultural, através do turismo, engana o estômago do filho, dizendo que há uma aposta na cultura. Pretendem alimentar o património cultural através dos “vícios” dos portugueses com a criação da raspadinha do património e assim financiar todo o tipo de atrocidades que tem vindo acontecer nos monumentos nacionais para satisfazer o turismo massificado. Esta aposta frenética no turismo põe em causa a integridade dos monumentos nacionais e dos patrimónios da Humanidade, segundo o Relatório do Património Mundial em Risco 2016-2019 publicado pela ICOMOS (Conselho internacional dos Monumentos e Sítios), mas ,no entanto, pretendem correr esse risco.
Ao ignorar os valores históricos que herdamos dos nossos antepassados permite deixar a marca do presente bem patente por todo o lado, e se possível apagar aquilo que não aceitam da nossa história, segundo a recente opinião de um deputado conhecido. Mas será o único a ter essa opinião? Ao analisar várias obras que decorrem pelo país que põem em causa a preservação do património histórico, arquitetónico, arqueológico e natural não deixa margens para muitas dúvidas. O impedimento da população de conviver com a sua história faz com que possam promover obras em qualquer contexto e em qualquer lugar, mesmo que seja prejudicial para a nossa própria cultura, afirmando, no entanto, que são investimentos benéficos para a sociedade.