Infelizmente, os baixos salário e as condições precárias com que são confrontados em conjunto com os elevados preços da habitação, da eletricidade do gás e a inflação, contribuem para que sejamos o país da Europa onde os jovens saem mais tarde de casa dos pais. É adiada a emancipação dos jovens, o formar de novas famílias e a concretização dos nossos objetivos.
Os jovens trabalhadores são a fatia maior dos trabalhadores em condições de trabalho precárias. A precariedade é o nosso maior flagelo, atrasa as nossas vidas, dificulta a conquista e defesa de direitos, é a maior causa do desemprego e, ao que tudo indica, é cada vez mais comum.
Parece que estamos a ser empurrados para fora do País. Muitos jovens não veem futuro em Portugal.
A emigração é, como já foi noutras alturas, a resposta que muitos encontram na falta delas cá no seu País.
Vejamos, quando nós, jovens trabalhadores, somos confrontados com contratos de trabalho precários, com salários baixos, preços de habitação tão elevados que já nem se consegue pagar uma renda sozinho em certos pontos do país, com preços da eletricidade, gás e da água cada vez mais caros, concluímos que não conseguimos comprar carro, não conseguimos comprar uma casa, nem mesmo alugar quartos, muito menos temos condições para formar família. Fica a questão.
O que podem os jovens fazer para ter uma vida digna, para se emanciparem? A resposta dos ativistas sindicais, da juventude trabalhadora organizada nos sindicatos da CGTP, é, como sempre foi, a luta dos trabalhadores. Vamos afirmar o nosso direito a poder ter uma casa, no nosso país, nas nossas terras.
Não nos resignamos a viver num país onde a política está rendida aos interesses dos grupos económicos e dos seus lucros obscenos.
É preciso valorizar o trabalho dos jovens, dar-lhes as condições necessárias para viver de forma digna.
É preciso aumentar salários, acabar com a precariedade de uma vez por todas, concretizar a medida de que para cada posto de trabalho permanente deve haver um vínculo efetivo.
É preciso dar resposta às reivindicações especificas dos trabalhadores jovens e é pela necessidade urgente destas que os Jovens trabalhadores vão às ruas de Lisboa, no dia 28 de Março, dia nacional da juventude, para dizerem não à precariedade, em luta pelos nossos salários, pelas nossas carreiras, por uma vida digna.
