Sabemos agora da decisão da não inclusão da Linha Porto-Vila Real-Zamora no mapa das redes transeuropeias (RTE), que iria servir de ligação com a linha Galiza-Madrid. Ambas as decisões são dececionantes e acarretam prejuízos concretos para os transmontanos. Em relação à alta velocidade, podemos com certeza dizer que, desta forma, ficará muito mais difícil obter o financiamento europeu necessário para a realização do projeto ferroviário. Isto, quando parece que vai arrancar definitivamente a ligação Lisboa-Porto-Vigo. Na candidatura às RTE manteve-se a proposta Aveiro-Salamanca que já foi, aparentemente, chumbada por duas vezes. A justificação dada, de que não há dinheiro para tudo e de que a ligação de Aveiro a Salamanca, passando por Viseu, é uma intenção mais antiga e onde já existe acordo com Espanha, até pode ser autêntica, mas não é menos verdade que, mais uma vez, se prejudica a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Infelizmente, não nos restam muitas alternativas, a não ser: insistir e… continuar a insistir. Se não há dinheiro agora, tem de haver num futuro, o mais próximo possível. E, entretanto, têm de existir contrapartidas que permitam combater, no imediato, a desertificação e o empobrecimento da nossa região. E podia ser já para a próxima candidatura ao curso de Medicina na UTAD. Para bom entendedor poucas palavras bastam.
Bem sei o que o leitor vai dizer. Parece sempre que estamos de mão estendida a mendigar, seja para o que for. E que o centro de decisão parece sempre esquecer-se de nós, com as consequências para a nossa região que todos sabemos. Mas para grandes males, grandes remédios. E se queremos mais poder de decisão temos de o conquistar. Estão aí umas eleições legislativas, com alguns partidos, nomeadamente o Partido Socialista, que tem a regionalização no seu programa de orientação nacional. Para o nosso bem, este tem de ser um tema central da campanha eleitoral que se avizinha. Se adiarmos mais, vamos ter muitos mais anos assim, que começam e acabam com más notícias.