Quinta-feira, 20 de Março de 2025
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João Ferreira
João Ferreira
Investigador, Professor do Ensino Superior

Ano Novo, más notícias. Nem alta velocidade, nem medicina na UTAD

Já sabíamos do mais recente chumbo ao recurso apresentado da decisão da Agência De Avaliação E Acreditação Do Ensino Superior (A3ES) em relação à criação do curso de Medicina na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Sabemos agora da decisão da não inclusão da Linha Porto-Vila Real-Zamora no mapa das redes transeuropeias (RTE), que iria servir de ligação com a linha Galiza-Madrid. Ambas as decisões são dececionantes e acarretam prejuízos concretos para os transmontanos. Em relação à alta velocidade, podemos com certeza dizer que, desta forma, ficará muito mais difícil obter o financiamento europeu necessário para a realização do projeto ferroviário. Isto, quando parece que vai arrancar definitivamente a ligação Lisboa-Porto-Vigo. Na candidatura às RTE manteve-se a proposta Aveiro-Salamanca que já foi, aparentemente, chumbada por duas vezes. A justificação dada, de que não há dinheiro para tudo e de que a ligação de Aveiro a Salamanca, passando por Viseu, é uma intenção mais antiga e onde já existe acordo com Espanha, até pode ser autêntica, mas não é menos verdade que, mais uma vez, se prejudica a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Infelizmente, não nos restam muitas alternativas, a não ser: insistir e… continuar a insistir. Se não há dinheiro agora, tem de haver num futuro, o mais próximo possível. E, entretanto, têm de existir contrapartidas que permitam combater, no imediato, a desertificação e o empobrecimento da nossa região. E podia ser já para a próxima candidatura ao curso de Medicina na UTAD. Para bom entendedor poucas palavras bastam.

Bem sei o que o leitor vai dizer. Parece sempre que estamos de mão estendida a mendigar, seja para o que for. E que o centro de decisão parece sempre esquecer-se de nós, com as consequências para a nossa região que todos sabemos. Mas para grandes males, grandes remédios. E se queremos mais poder de decisão temos de o conquistar. Estão aí umas eleições legislativas, com alguns partidos, nomeadamente o Partido Socialista, que tem a regionalização no seu programa de orientação nacional. Para o nosso bem, este tem de ser um tema central da campanha eleitoral que se avizinha. Se adiarmos mais, vamos ter muitos mais anos assim, que começam e acabam com más notícias.

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