Sábado, 7 de Dezembro de 2024
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Desde as maiorias de Cavaco que a direita não predominava tanto no Parlamento

A 10 de março de 2024 decorreram novas eleições legislativas. Foi a 17.ª vez que os portugueses foram às urnas para este ato eleitoral desde 1976.

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Em 10 ocasiões, o parlamento foi constituído maioritariamente por deputados de partidos de esquerda. Nas restantes 7 vezes foi a direita que conquistou a maioria.

Ainda faltam atribuir os 4 mandatos dos círculos do estrangeiro. Para já, a AD (incluindo os deputados da Madeira) elegeu 79 deputados, mais dois do que o PS (77).

Apesar da ligeira vantagem da AD, a direita alcançou uma larga vantagem no número de deputados no parlamento. AD, Chega e IL elegeram 135 dos 226 deputados já eleitos, sendo que a esquerda, com PS, BE, Livre, CDU e PAN, se ficou pelos 91. Considerando os 4 deputados dos círculos eleitorais do estrangeiro (Europa e Fora da Europa), a direita terá um peso no parlamento entre 59% e 60%, consoante o número de deputados no estrangeiro que consiga eleger.

Desde 2011 que a direita não tinha a maioria dos deputados no parlamento. Mas nessa altura o peso era inferior (57%). Seria preciso recuar até às maiorias absolutas de Cavaco Silva (1987 e 1991) para encontrar uma direita tão predominante na Assembleia da República. Nessa altura, a direita ocupava 61% dos lugares no parlamento.

Em 1976, a 25 de abril, um ano depois da Revolução dos Cravos, os portugueses foram às urnas para as primeiras eleições para a Assembleia da República, após a aprovação da Constituição da República Portuguesa. O PS de Mário Soares vencia as eleições, conquistando 107 lugares no parlamento. À esquerda juntava-se o PCP de Álvaro Cunhal com 40 deputados e a UDP com apenas 1 deputado. À direita, Francisco Sá Carneiro, pelo PPD, conquistava 73 lugares e Diogo Freitas do Amaral, pelo CDS, 42 deputados. A Assembleia da República era constituída por 263 lugares, tendo reduzido mais tarde para 250 e a partir de 1991 para 230, como conhecemos hoje. Seguiram-se 16 eleições até 2024.

Nove partidos ocuparão lugares no parlamento nacional após as últimas eleições: PS, PSD, Chega, IL, BE, PCP, Livre, CDS-PP e PAN. A Assembleia da República nunca esteve tão fragmentada. Será capaz esta composição parlamentar de concluir os 4 anos de mandato? Esta é uma das questões que se coloca e que o tempo se encarregará de dar resposta.

 

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