Passou por clubes como ADCE Diogo Cão e SC Vila Real, e estar ligado ao futebol sempre foi um objetivo. “No início do percurso académico, devido à instabilidade da profissão, pensei em seguir outro ramo, mas rapidamente mudei de opinião, porque o treino desportivo é aquilo que me dá trazer e motivação para trabalhar”.
Com 282 atletas, dos quais 42 são raparigas, divididos por 13 equipas dos escalões de formação, o coordenador falou do projeto ‘Abambres Mais’. “Há equipas com muitos jogadores e nem todos podem ser convocados. Proporcionamos atividades, como ir a jogos de futebol profissional, formação de arbitragem, como ser árbitro ou ser treinador, em que os jogadores possam experimentar outras realidades”.
Pedro Castro admite que “não é fácil gerir o tempo”, mas também as emoções dos pais. Deixo claro que existem problemas, mas é uma minoria, porque as pessoas pensam com o coração, está ali o filho, muitas vezes, o filho está feliz, mas os pais transmitem ao clube que o filho não está feliz. Depois cabe-nos a nós gerir a situação. Estamos sempre disponíveis para ouvir os pais e tentar resolver os problemas, porque aquilo que mais interessa é o bem-estar da criança ou do jovem”.
Com certificação quatro estrelas no futebol masculino e três estrelas no feminino, Pedro Castro diz que não é fácil manter esta certificação, com uma estrutura amadora. “Ajuda a organizar o clube e a criar bases, mas tem de haver um incentivo para os profissionais a tempo inteiro, ou seja, tem de haver uma aposta clara em recursos humanos”.
Adiantou ainda que a certificação “deveria premiar projetos dos clubes, como o ‘Abambres Mais’, que pretende ser diferenciador. E a Federação Portuguesa de Futebol deveria dar um incentivo para quem tem certificação quatro estrelas, por exemplo”.
Devido à falta de treinadores, também teve de abraçar o desafio de orientar a equipa sub-19 feminina, uma experiência que já não era nova para ele, uma vez que no Vila Real também orientou a equipa feminina.
“Nas equipas femininas vejo uma enorme dedicação, e sentem que é uma oportunidade para lutarem pelo seu espaço. Ainda agora vim do campo e quase me esqueci do último jogo, porque elas dão tudo”, observa o mesmo responsável, acrescentando que o futebol feminino “está a crescer e isso começa a sentir-se também na região, onde há boas jogadoras, que têm saído para clubes de grande dimensão, como Sporting ou Benfica”.
Admirador de José Mourinho, Pedro Castro revela que no futuro gostaria de ser treinador da seleção nacional em qualquer escalão. Representar o país é o ponto alto desta profissão e quando se gosta, é muito bom”.
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