Celeste Carneiro revela que, “da reunião que os Sindicatos tiveram com a atual ministra, não houve nada de novo”, relembrando que foi o ministro das Finanças do governo anterior que apresentou a proposta das revindicações dos funcionários judiciais.
Na reunião, acrescenta a coordenadora, a ministra “limitou-se a dizer que não conhecia as reivindicações e que ia estudar”, para depois convocar as reuniões com os sindicatos. Mas os representantes dos funcionários judiciais acharam essa atitude “um desleixo”.
A responsável explica que os pedidos dos funcionários passam pela inserção de um suplemento no vencimento pago em 14 meses (em vez dos 11 atuais), pedido há já 20 anos, e que “já foi aprovado em três orçamentos de Estado, mas nunca aplicado”. “A mais grave”, argumenta, é “a integração de funcionários porque estamos a entrar em colapso, em especial nas secções do Ministério Público”. Celeste Carneiro diz que há “uma falha de 1500 funcionários a nível nacional” e que, por isso, há tribunais a fechar.
A sindicalista pede também progressões e promoções na carreira dos funcionários, uma atualização nas tabelas salariais e, “por fim, o nosso Estatuto, que nunca mais sai”. O último “foi uma aberração”, lamenta.
Celeste Carneiro explica que, “a boa vontade da ministra”, em, pelo menos, integrar o suplemento, “já apaziguava no lado de cá” [dos funcionários]. “A única coisa que ela soube dizer é que isto está um caos e que as greves estão a dar prejuízo”, lamenta.
A escolha dos dias desta greve foi também “simbólica” devido ao feriado da Revolução dos Cravos.