A resposta, para quem conhece a nossa região, é fácil de dar: suspeitamos que ela estaria a correr livremente, até ao Douro e por fim para o Oceano.
Ou seja, esta água que nos estava a ser dada de graça, como costumamos dizer, não criará riqueza alguma na nossa região. E lembramos então, como temos vindo a aproveitar, aqui no nosso concelho, os cursos de água. Recordo, para muitos que talvez não conheçam o aproveitamento que é feito em Codeçais, concluído aquando do nosso segundo mandato na Câmara Municipal. Esta hidroelétrica é alimentada com as águas dos rios Corgo e Cabril. Anos depois, a mini-hídrica foi enriquecida com as águas da barragem do Sordo, concluída, entretanto.
Ainda de nossa responsabilidade, na década de oitenta, do século passado, construíram-se duas barragens colineares no Alvão, que servem para o abastecimento domiciliário de água à cidade e aldeias limítrofes.
Isto, porém, é passado. Importa equacionar, agora, porque é que se não faz o represamento das águas do Corgo e do Cabril, a exemplo do que se fez com o rio Sordo?
Deixamos aqui a nossa opinião, com o pedido de que a nossa sugestão não seja entendida como uma intromissão nas competências de quem gere agora a autarquia.
É nossa convicção de que é preciso, urgentemente, equacionar a forma de armazenar as águas do rio Corgo, prevendo um embalse a norte da cidade, um pouco acima da Ponte de Piscais. Este repensamento estava previsto, construindo um “paredão” de mais ou menos 70 metros de altura. Permitiria, para além de instalação de uma pequena central de produção de energia elétrica, a criação de uma mini lagoa para lazer, a menos de um quilómetro da cidade.
E os milhões para uma obra destas? Tanto quanto se sabe, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi criado pelo Comissão Europeia (CEE) para obras de fomento e criação de riqueza. Têm as autarquias locais acesso a estes Fundos, desde que apresentem Projetos de Interesse Público. Está assim, na mão dos seus responsáveis, pôr mãos à obra.
Recordamos que em 1882, através dos açudes que o Sr. Granjo mandou construir em Codeçais, a cidade de Vila Real foi a primeira no país, no abastecimento público de energia elétrica, a partir de recursos hídricos. Honraríamos a sua memória se lhe seguíssemos agora o exemplo. Fica a sugestão.