Na qualidade de ex-presidente do Município, a convite, ali estivemos a testemunhar e a felicitar todos os eleitos. Uma cerimónia muita digna, testemunhada por todos quantos couberam no anfiteatro, completamente cheio, conforme observámos.
Não nos cabe fazer o relato circunstanciado deste ato solene, que marca o início de um novo mandato dos órgãos autárquicos. Não podemos porém deixar de anotar o seguinte: em nossa opinião, porque não se trata de um espetáculo, parece-nos que este ato de instalação (posse) deveria ter lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho, por ser a Sede do Poder. Bem sabemos, que as instalações da Câmara Municipal são exíguas e que já é tradição de há 2 ou 3 mandatos atrás, que esta cerimónia tenha lugar no Teatro Municipal. Institucionalmente porém, é nossa opinião, que o lugar próprio – como são o Palácio de Belém, ou o Palácio de S. Bento para os atos respetivos da governação, é na Sede do Poder, e não numa casa de espetáculos, porque o ato não é um espetáculo. É muito mais do que isso.
2 – Aproveitamos esta nota, para deixar também uma outra opinião (crítica), que vem de há uns anos a esta parte, e da qual sempre discordámos. Como todos sabem, o feriado municipal do nosso concelho é a 13 de junho, o dia de Santo António. Era nesse dia, que já não é dia Santo, mas é feriado, que os órgãos autárquicos promoviam manifestações públicas e distinguiam os munícipes, que por esta ou aquela razão se deliberava honrar publicamente. Neste dia também continua a acontecer a Feira Anual do Santo António, que tráz à cidade muita gente por uma questão de tradição, que em nossa opinião não deveria perder-se.
Pois bem, desde há um par de anos a esta parte, optou-se por ignorar este feriado municipal e transferir para 20 de julho a cerimónia de distinções honoríficas, para os munícipes que se pretende honrar.
Ora 20 de julho é só um dia no calendário em que se assinala o aniversário da elevação de Vila Real a cidade. Ao distinguir este dia, está-se a menorizar o mundo rural, de que a Bila é apenas o centro geográfico. Para honrar as nossas aldeias, as nossas freguesias, dê-se vida ao Santo António, porque aquele dia também é delas.
3 – CATALUNHA. Em termos institucionais, a forma como os independentistas queram levar a sua avante, não pode deixar de ser condenada. Se a comunidade internacional desse aceitação a este princípio, estaria a abrir uma Caixa de Pandora, em particular na Europa, onde os nacionalismos ainda se continuam a manifestar em variadíssimos outros países.
De resto, parece-nos que a desintegração da Espanha em várias Nações vai ao arrepio da ideia da União Europeia, cujos países fundadores perceberam que só a união faz a força. Num mundo globalizado como aquele em que se vive hoje, só os grandes espaços, designadamente económicos e até de defesa, é que permitem economias de escala para operar um desenvolvimento equilibrado e harmónico, para todos os cidadãos.
Separar para quê, com que objetivos e com que resultados esperados? Foi isto que os líderes independentistas não conseguiram explicar, designadamente aos seus próprios concidadãos, que se mostram muito divididos nesta deriva para o abismo, em que parece precipitar-se o processo autonómico.
Aguardemos pelos próximos capítulos.