Este acontecimento é o resultado de 24 anos de políticas públicas falhadas, que em vez de promoveram desenvolvimento económico e a coesão social, geraram uma administração regional leviatã, um polvo de influências e dependências cujo o propósito era a manutenção do poder por parte do PS.
Independentemente da maior autonomia, os Açores são a região do país com maior número de beneficiários de RSI (mais de 10% da população com mais de 15 anos) e o desemprego jovem a situar-se nos 32,7%. Um terço dos açorianos vive em risco de pobreza e o abandono escolar é o dobro da média nacional.
Não faltam empresas públicas falidas, entre as quais as duas empresas públicas na setor dos transportes – a SATA e a Atlânticoline. A transportadora aérea receberá uma injeção de capital, ainda este ano de 2020, no valor de 133 milhões de euros, sujeita à aprovação da Comissão Europeia.
Na área da Saúde, foi extinta a empresa pública Saúdaçor, em 2019, com uma dívida acumulada de 750 milhões de euros. Esta entidade não passava de um veículo de suborçamentação ao Serviço Regional. Consequentemente, o défice e a dívida da região têm crescido (10,3% e 5,3%, respectivamente).
No campo ético e moral, os anos de maioria absoluta socialista foram pródigos em casos de promiscuidade e compadrio entre a família César, o PS e algumas empresas do regime, subordinando sempre o interesse público e a gestão de fundos comunitários a lógicas político-partidárias de curto prazo.
Como esta breve análise demonstra, a ação executiva do Partido Socialista – os princípios, as estratégias, os vícios, e os resultados – são os exatamente os mesmos, seja nos Açores, seja em Portugal Continental, por isso, apelo a que aprendamos alguma coisa com o exemplo dado pelos açorianos no dia 25 de outubro.