Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025
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Luís Tão
Luís Tão
Vereador do PSD na Câmara Municipal de Vila Real

Os portugueses não mereciam

O dia 7 de novembro de 2023 ficará na história da democracia portuguesa, por um motivo triste e inquietante

O primeiro-ministro António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República, após o Ministério Público revelar que “é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio”. O Governo e o PS, com uma maioria absoluta no parlamento, desde as eleições de 2022, renunciam nesse dia ao mandato e provocam eleições antecipadas, entretanto marcadas para 10 de março de 2024.

Novembro começa a ser um mês horribilis para o PS: a 23 de novembro de 2002 tinha início o caso Casa Pia, um dos mais marcantes e mediáticos da história judicial portuguesa, não apenas pelo desígnio das acusações, mas também pelas personalidades envolvidas, que chegaram a altos quadros do PS.

A 21 de novembro de 2014, a detenção de José Sócrates representou um momento sem precedentes na história política de Portugal. O ex-primeiro-ministro foi intercetado pela polícia no aeroporto de Lisboa, após um voo de Paris, marcando o início de uma investigação que abalou o país e o PS. E agora, em 2023 António Costa!

Para além destas circunstâncias, é a terceira vez, em 22 anos, que as mesmas pessoas, as mesmas políticas e o mesmo padrão de governo trazem um pântano à democracia portuguesa: em dezembro de 2001, foi António Guterres que pediu ao presidente Jorge Sampaio a demissão, depois da derrota do PS nas eleições autárquicas desse ano. Em março de 2011, forçado a apresentar sucessivos conjuntos de medidas de austeridade para tentar controlar a dívida do Estado, José Sócrates acaba por não conseguir reunir o apoio parlamentar necessário para aprovar um novo pacote legislativo e apresenta a sua demissão ao Presidente da República. Recordo que nos últimos 28 anos, 21 foram governados pelo PS, com governos sucessivos que deixaram um país incapaz de cumprir com as suas funções essenciais: educação, justiça, ação social, saúde, um país que vê a corrupção instalada e a crescer, como declarou o Presidente do Supremo Tribunal.
Certamente, o PSD será chamado pelos portugueses para “tomar conta do país”, como foi em 2002 com Durão Barroso ou em 2011 com Passos Coelho. Triste sina a do PSD, ser chamado sempre em tempos de crise.

Luís Montenegro tem pela frente um grande desafio. Tem vindo a trabalhar, com seriedade e rigor, na preparação de um programa estratégico. Tem percorrido o país, concelho a concelho, contactando diretamente as pessoas, as empresas, as instituições sociais e as forças vivas dos vários territórios.

Acompanha-o uma grande equipa que dará a cara por este projeto que o PSD está a construir para Portugal. O país precisa de reformas. Recorde-se que em 8 anos António Costa não fez uma sequer.

O PSD estará certamente à altura dessa enorme responsabilidade e honrará a confiança dos portugueses, que estão cansados e desiludidos com os sucessivos governos das narrativas douradas, das mãos cheias de nada e do despesismo desgovernado.

Os Portugueses não mereciam ficar, mais uma vez, reféns do receio do que virá a seguir.

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