“Precisamos de ter baterias carregadas: a música serve para carregar baterias, as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica servem para alimentar baterias, a Eucaristia serve para alimentar baterias. Porque somos um misto de tudo. O que nos fizer bem serve para rejuvenescermos, carregarmos baterias com coisas novas”, explica à Agência Ecclesia.
‘Haja o que houver’ é a música que está a abrir caminho para a apresentação do novo álbum, previsto para outubro, consolidando uma carreira de 14 anos, que teve início em 2009 com o álbum ‘Palavras’, tendo-se seguido ‘Faces’, em 2016.
“A riqueza da Igreja é a diversidade dos dons, sejam padres, leigos ou pessoas consagradas. Se colocarmos em prática tudo o que temos para o benefício do outro e também para bem-estar pessoal, isso é importante. São 14 anos que correspondem a um projeto consolidado e é bom ter pessoas que gostam do trabalho, acompanham e gostam do que eu faço”, refere o sacerdote.
O caminho musical do padre Victor começou quando pediu ao pai uma guitarra, na altura com cerca de 15 anos. Já no Seminário, e envolvido em iniciativas de pastoral juvenil, “quem tocava viola” eram os primeiros a ser convidados para as atividades.
A composição surgiu mais tarde, “por volta do ano 2000”, quando começa a escrever “algumas coisas, nada editável”.
Em 2005, já ordenado sacerdote, o padre Victor começa a sério a dedicar-se à composição de um álbum, que viria o ser o seu trabalho de estreia.
“O difícil num artista é o processo de criação que depende da inspiração. Uma coisa são as fórmulas matemáticas, mas um pintor, escultor, depende da criação. Há músicas que saem em 20 minutos, outras alturas em que nada sai. Depende de muitos fatores. Tudo o que me rodeia, envolve, com quem convivo, são motivos de inspiração para compor”, explica.
A música ‘Haja o que houver’, novo single, é um convite “à interioridade” e a pensar nas relações.
“O vídeo passa-se na praia, um ambiente de tranquilidade, paz e libertação. É quase como se fosse fazer luto, limpar e seguir. O tempo passa rápido e não volta. Por isso é importante valorizarmos o que temos e com quem estamos”, indica.
O padre Victor Silva é ainda professor de EMRC em Castro Daire, dá aulas a alunos do 1.º ao 12.º ano e acompanha três paróquias.