No pós-crise da Troika (2014-2019), a área do Turismo foi um dos principais motores de recuperação e dinamização da economia. Dentro desta área, a restauração teve um papel indispensável, através da inovação e modernização, gerando valor acrescentado e emprego no país.
Com a pandemia de Covid-19, a restauração tem sido um dos setores mais sacrificados da nossa economia e o Governo tem sido autista na resposta às suas necessidades e preocupações.
Na primeira vaga, entre março e maio, os restaurante encerraram a sua atividade, estando limitados ao serviço de takeaway e entregas ao domicílio. Consequência do pânico existente, as quebras foram enormes.
O verão, que deveria ser o balão de oxigénio do setor, foi muito mais fraco que o habitual e não compensou, minimamente, os prejuízos anteriores.
Com este panorama, a réstia de esperança centrava-se na manutenção da atividade, sem grandes sobressaltos até ao final do ano.
A segunda vaga voltou, a desorientação governamental piorou e a esperança dos empresários e trabalhadores da restauração está, progressivamente, a desaparecer.
Se no início, a recusa do Governo em atribuir apoios aos sócios-gerente foi uma das condicionantes mais difíceis para um setor constituído por micro e pequenas empresas, agora, o Governo continua com a sua senda negligente ao impor um recolher obrigatório, durante o dia ao fim de semana. E a atribuir apoios risíveis, como o dos 20% sobre as vendas deste ano de 2020.
Perante uma atitude lamentável da tutela, é compreensível o desespero daqueles que observam o seu projeto de vida e o seu rendimento esfumarem-se.
É necessário que Governo e autarquias encarem os problemas da restauração com seriedade e determinação.
Baixe-se o IVA da restauração. Atribuam-se apoios a fundo perdido, com base na média dos últimos 3 anos. Disponibilizem-se vales de refeição para quem precisa e como forma de incentivo ao consumo.