Sábado, 14 de Setembro de 2024
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Adérito Silveira
Adérito Silveira
Maestro do Coral da Cidade de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

S. Martinho de Anta aclamada pela música

A música é a arte mais sublime, aquela que desafia a alma de cada um de nós. Há músicas que entram dentro de nós e não querem de nós sair.

Há sons que querem voar connosco e que nos agarram para não nos deixarem cair. Há melodias belíssimas que as ouvimos a cada momento nas profundezas da nossa alma.
Estás triste e deprimido? Agarra-te a uma torrente sonora para que ela te arraste para um indefinível mundo de liberdade e gozo espiritual.

A vida é curta e não há tempo para nos entregarmos a uma toada complicada de problemas, a arte é o belo que na alma impera… a guerra está no mundo e falta pão, falta amor, falta oração… mas há sempre alguém que se inspira e embriaga no meio de uma oração cantada, feita arte… e dessa oração sairão coroadas de glória vozes entrelaçadas que juntas fazem uma colossal harmonia de paz, de esperança e felicidade…

É o mistério da música que nos purifica e nos reconcilia com as coisas mais deploráveis…Se sentes a arte, sentes o amor, sentes o perdão… sentes uma luz pousando no rosto das tuas mãos que tocadas e iluminadas curam as feridas mais dolorosas… Ah! O que seria de nós sem música… sem arte?

Há dias ouvi duas bandas filarmónicas em S. Martinho de Anta: Arcos de Valdevez e Golães de Fafe…As duas formações tocaram e encantaram…Exibiram temas que me transportaram para uma espécie de catedral do amor e dos sentimentos mais nobres… Durante quase três horas, aquele largo abençoado perfumou-se de alegria e magia pela arte.

Naquele largo o povo penitencia-se perante a qualidade das bandas, ouve-as religiosamente…

Na rebentação efervescente dos sons, coloriram-se sorrisos interiores de prazer, e os mesmos sons vibraram, agudos, médios e graves, os instrumentos cintilaram ricamente em várias tonalidades e brilhos.

Fecharam-se os olhos e os sons penetraram e permaneceram até que o concerto terminasse. E quando terminou, sentimos alegria, sentimos uma sensação indefinível, sentimos até uma dor estranha, um vazio já anunciado pelo terminar do concerto.
A música naquele largo tão especial para os amantes das bandas filarmónicas, foi mais uma vez aclamada.

Mas é tudo isto que satisfaz a alma…O importante é não perder o leme, o importante é sabermos que haverá mais momentos de exultação e manifestação interior.
O importante é viajarmos na carruagem do tempo na procura de novas sensações de alegria pela arte…a sublime arte. A coisa mais exaltante deste mundo.

O povo de S. Martinho sabe do que falo porque me conhece e espera por mim no dia 15 de agosto todos os anos na mesma hora. Das 8.30h ao meio dia, eu ali me prendo, me arrebato de entusiasmo com as bandas e com o povo que tanto admiro e respeito. Músico do coreto, ao ouvi-la, meu coração fica feliz e repleto.

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