Sábado, 27 de Julho de 2024
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“Sou o único treinador português campeão por uma seleção africana”

O ex-jogador e treinador Rui Vieira foi o convidado do Bola ao Centro. Nasceu a 21 de maio de 1962 em Vila Real e foi no clube da sua terra natal, que começou a dar os primeiros passos no mundo do futebol.

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Depois de um percurso notável como jogador no Vitória SC e no Marítimo, onde desempenhou as funções de defesa, Rui Vieira lembra alguns jogos marcantes da sua carreira, como o feito do Vitória ter eliminado o Atlético de Madrid na Taça UEFA. “Foi na época 1986/87 em que chegamos aos quartos de final e no campeonato da I Divisão acabamos em terceiro. Fiz parte de uma equipa fantástica, com nomes como N’Dinga, Paulinho Cascavel, Ademir Alcântara, Roldão. Mas nem sempre fui titular, mas nos jogos da Taça UEFA joguei todos, devido a restrições de utilização de estrangeiros”.

Outro jogo memorável recorda um jogo com o Benfica no antigo Estádio da Luz, com 120 mil espectadores. “Ainda fico arrepiado quando me lembro de ver mais de 20 mil pessoas de Guimarães a apoiar-nos, apesar de termos perdido por uma bola a zero”.

Depois de quatro épocas em Guimarães rumou ao Marítimo, após uma proposta irrecusável por parte do presidente do clube insular. “Fui ganhar o dobro e tínhamos prémios de jogo muito bons para aquela altura. Acho que ganhava 300 contos e fui ganhar 600. Por vitória em Guimarães tínhamos um prémio de 20 contos, já no Marítimo eram 40 contos. E num dos primeiros jogos que fiz, ao intervalo estávamos empatados e o presidente foi ao balneário e prometeu-nos 80 contos e acabou por nos dar, porque vencemos. Eu dizia: onde é que vim parar”.

No Marítimo jogou durante seis anos, mas uma lesão no pé acabou por o afastar dos relvados. “Tinha 32 anos e sabia que não estava a 100%, mas treinava. Depois, o treinador brasileiro Paulo Autuori disse-me que se eu quisesse poderia integrar a sua equipa técnica como adjunto numa próxima oportunidade. Ainda vim tirar o curso de Desporto para a UTAD e fiquei sempre ligado ao Marítimo como observador e um ano depois regresso como adjunto, onde ainda assumi alguns jogos como treinador principal.

Ser treinador surgiu por acaso e depois de ter passado por clubes como Camacha, Bragança, Lusitânia dos Açores, União da Madeira, União de Leiria, Portimonense, Machico, foi convidado para abraçar um projeto em África, ao assumir a equipa de sub-17 do Burquina Fasso. “As condições não eram fáceis e não havia escalões de formação. Apesar das limitações, correu muito bem e fui campeão africano ao vencermos na final o Ruanda. “Não há nenhum treinador português campeão por seleção africana, sou o único. Foi o momento mais alto da minha carreira, mas o maior ensinamento foi tudo aquilo que ali vivi”.

Sobre o futuro, Rui Vieira frisou que não tem interesse em regressar ao futebol como treinador, mas mostrou-se disponível para projetos que sejam em prol do desenvolvimento do futebol transmontano. “Parei e não vou treinar mais nenhum clube. É um capítulo arrumado, agora estou disponível posso ajudar se acharei que sou útil”.

VEJA O VÍDEO DO PROGRAMA:

BOLA AO CENTRO – RUI VIEIRA

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