A Câmara de Vila Flor preparou um “arrojado programa” cultural para, através das artes, assinalar os 50 anos do 25 de Abril.
O 25 de Abril é um momento histórico e marcante que representa o nascimento da democracia portuguesa. Embora a data simbolize o início de um caminho de profundas transformações económicas, sociais e culturais em Portugal, homenagear Abril é almejar um futuro assente nos valores de liberdade, paz, democracia e progresso. “E se um dos grandes nomes da literatura, Albert Camus, um dia disse que a liberdade não é mais do que uma oportunidade para sermos melhores, então hoje, nos 50 anos de Abril, é o momento para recordar o valor da liberdade”, frisa o presidente do Município, Pedro Lima.
Dia 24 à noite, “Ela é Abril” é o nome do espetáculo feito com a “prata da casa”, a força do associativismo local e a determinação de cunho Vilaflorense. Em palco assiste-se à encenação de quadros teatrais de episódios caricatos da época, música e declamação de poesia pelos jovens estudantes do Agrupamento de Escolas.
Dia 25, o dia vive-se na rua onde a Banda de jovens talentos de Vila Flor vai tocar o hino nacional. A sessão solene, composta pela Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Freguesias, público presente e demais entidades convidadas, junta ao içar da bandeira nacional, a presença das 14 bandeiras das Freguesias que compõem o Concelho, e ao som de um “Trio Majestoso”, composto por um grupo de 3 artistas profissionais: uma pianista, uma cantora e uma flautista, com brilho técnico e requinte musical que a ocasião merece.
Durante estes dias, a Exposição “O Legado de um Cravo”, projeto fruto de uma parceria entre diversas instituições de reconhecido prestígio, como o Museu do Aljube Resistência e Liberdade e o Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, que conta com o apoio da Comissão Comemorativa dos 50 Anos do 25 de abril, da Associação Portuguesa de Imprensa (API) e da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), vai estar disponível junto das comemorações para que todos conheçam Abril.
No cinema, o Município exibe o filme “A Revolução (sem sangue)”, de Rui Pedro Sousa. Baseado em factos reais, este filme acompanha as vidas, sonhos e inquietações de quatro jovens nos últimos dias do regime ditatorial.
“Este programa cultural reflete a honra pela nossa memória, pois sabemos que um país sem história é um país sem futuro e nós queremos olhar para o futuro”, acrescenta o autarca.
“A liberdade significa um horizonte aberto de possibilidades. Significa a oportunidade de sermos melhores do que aquilo que já fomos, de nos reinventarmos a cada instante, de vivermos com a audácia e o arrojo de olhar para o futuro sem rodeios e sem medos”, remata o edil, que insiste na importância da comunidade se unir a estas comemorações.