São cerca de 2,3 milhões de famílias nesta situação, num total de 5,6 milhões de agregados familiares existentes em Portugal. Assim, os mais de 16 mil milhões de euros de receitas de IRS são provenientes de apenas pouco mais de metade das famílias.
Entre as restantes famílias (58%), as que pagam IRS, 17% declaram rendimentos até 13.500€ e representam apenas 6% do total do IRS liquidado no país. Ou seja, quase 60% das famílias portuguesas declaram menos de 13.500€ por ano.
Por outro lado, mais de metade do IRS liquidado pelo Estado está concentrado em apenas 6% das famílias portuguesas, que correspondem às famílias de maiores rendimentos, acima de 50.000€.
Os dados mostram também que apenas uma em cada cinco famílias portuguesas declara mais de 27.500€ por ano. Para pertencer ao quintil das famílias com mais rendimentos em Portugal, basta declarar cerca de 2.000€ brutos por mês (considerando os rendimentos de todo o agregado).
Estes dados levam-nos a questionar: onde está a classe média? A classe média parece espremida entre quase 60% das famílias com rendimentos muito baixos ou baixos (menos de 13.500€ por ano) e uma classe “alta” (rendimentos anuais acima de 50.000€…) que suporta mais de metade da receita de IRS. Não só a classe média é diminuta, como “bastam” 50.000€ de rendimento familiar declarado para estar no top 6% de famílias com rendimentos mais elevados, um valor abaixo dos rendimentos médios familiares em vários países europeus.