Quarta-feira, 4 de Dezembro de 2024
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Abstenção, não espere que os outros decidam por si

São as eleições que legitimam os regimes democráticos, e se uma grande parte dessa população, sobretudo se essa parte for superior, à metade da população com capacidade eleitoral, não votar, então estaremos certamente perante um problema de legitimação da governação ou não?

Temos vários tipos de abstenção, mas cingimo-nos a duas, a abstenção técnica, a qual facilmente percebemos ser a parcela da abstenção que surge pelo (não) rigoroso controlo das inscrições no recenseamento eleitoral.

Por outro lado, temos a abstenção não-técnica ou real, que é a que interessa verdadeiramente para a análise, sendo que será aquela a que está associada, não àqueles que não podiam votar mas aos que, podendo, optaram por não o fazer.

Assim sendo e estando a história repleta de exemplos que ilustram o impacto transformador do voto, o que fica é que é clara a ideia que a voz do povo expressa-se por meio do voto depositado nas urnas. Os movimentos de direitos civis até revoluções democráticas foram passagens históricas que não se podem apagar.

O voto do cidadão português, representa não apenas uma preferência pessoal, mas também uma declaração de compromisso para o partido A ou B.

Estas escolhas, de quem escolhe ir votar, vão, sem dúvida, refletir os seus (nossos) valores, as suas (nossas) esperanças e os seus (nossos) sonhos para o futuro.
Diante deste desafio, cada um de nós é chamado a assumir a responsabilidade de moldar o destino da nossa sociedade.

Portanto, acredito ser nosso dever, enquanto cidadãos, honrar o legado daqueles que vieram antes de nós, defendendo e protegendo o direito ao voto para as gerações futuras, visto que, no meu entender, a importância de ir votar ultrapassa a simples preferência política de cada um. Consiste num ato de resistência contra a indiferença e resignação.

Não podemos entender o voto como uma mera formalidade, o voto é uma manifestação poderosa do direito e da responsabilidade de cada cidadão. Ao depositar a sua escolha numa urna na sua área de residência, não apenas exerce o seu direito fundamental, mas também se torna um agente ativo na construção do futuro, torna-se parte da malha social dinâmica, torna-se parte do lado bom da história.

Não acredito que quem lê este texto fique feliz, quando são os outros que escolhem por si. Exerça a sua própria escolha, porque somente quando cada voz é ouvida e cada voto é contado, é que podemos verdadeiramente afirmar que vivemos em uma sociedade democrática e justa.

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