Foi diplomata e político português e era filho de José de Sousa Mendes e de Maria Angelina Ribeiro de Abranches. O pai foi juiz com curso de Direito feito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
Tinha um irmão gémeo de nome César. Ambos se licenciaram em Direito, tal como o seu pai. Os dois irmãos seguiram a carreira Diplomática. O Aristides teve um percurso diplomático iniciado na Guiana Britânica, como Cônsul de 2ª classe, seguiu-se Zanzibar onde ganhou muito prestígio, mas também teve muitos problemas de saúde pois nessa zona de África havia muito paludismo. Foi insistindo para ser transferido até que em fevereiro de 1918 isso aconteceu e foi colocado em Curitiba, Brasil na mesma categoria.
Nesse ano foi promovido a cônsul de 1ª classe. Era Presidente da República Sidónio Pais. Como era monárquico convicto e, ao mesmo tempo, antirrepublicano, não é de admirar que em 2019 fosse suspenso das suas funções por despacho ministerial e fosse colocado no estado de disponibilidade que significava inatividade ou colocação num serviço que implicava sempre redução de vencimento. De seguida foi convidado a dirigir o consulado de São Francisco, na Califórnia, onde esteve dois anos. Como lhe foi reduzido o vencimento e o custo de vida era muito alto, isso trouxe-lhe muitas dificuldades para viver com dignidade. Daqui quis ir de novo para o Brasil, mas em 1926 foi obrigado a vir para Lisboa. Nesse mesmo ano deu-se o golpe de Estado de 28 de maio e ele foi colocado em Vigo, Espanha, como cônsul. Nessa altura, o irmão gémeo, César foi Ministro dos Negócios Estrangeiros. Sem se saber porquê, foi demitido. A partir daí, como irmão e ainda mais, como gémeo, o Aristides ficou revoltado com o Governo e isso mudou a sua vida. Entre 1931 e 1938 foi cônsul em Antuérpia, Bélgica. Passado algum tempo foi transferido para Bordéus, contra a sua vontade. Diz o ditado português que “há males que vêm por bem”. No seu caso o ditado pode-se aplicar pois esta transferência permitiu que ele fizesse o que todos os portugueses bem sabemos, materializado no apoio que deu aos refugiados judeus, tendo salvado da morte, muitos milhares. Este facto enche-nos, a nós portugueses, de orgulho. Só grandes homens podem dizer como ele uma vez disse: “tenho de salvar todas as pessoas(refugiados), que eu puder. Prefiro estar com Deus e contra os homens em vez de estar com os homens e contra Deus”.