Posso dizer, com enorme orgulho, que em cada um deles tenho uma amiga ou um amigo. Nunca me limitei a transmitir só conhecimentos. Sempre lhes transmiti valores. Aposentei-me porque sempre foi minha intenção, logo que chegasse o meu tempo para me aposentar, dar lugar aos mais jovens. Porquê? Porque têm conhecimentos como eu e têm a genica que a mim já me ia faltando.
No dia 20 deste mês de Março, abri uma exceção e ministrei uma aula na Universidade Sénior de Mogadouro. Falei sobre Energias Renováveis e comecei por fazer um breve resumo histórico sobre o tema. Quando entrei para a Universidade do Porto, para fazer o Curso de Engenharia Eletrotécnica, nunca me passou pela cabeça que viria a ser Professor Universitário. Sendo a minha formação em Engenharia Eletrotécnica, seria normal que, quando passei a ser Professor ensinasse o que aprendi nos 5 anos do Curso. Pura ficção.
Entrei para o Instituto Politécnico de Vila Real em 1981 e comecei por ensinar Matemática aos alunos das áreas da Agronomia, da Engenharia Florestal e da Zootecnia, durante três ou quatro anos. Só comecei a lecionar as cadeiras que faziam parte do curriculum de Engenharia Eletrotécnica, passados alguns anos. As Energias Renováveis só apareceram no meu percurso de professor, cerca de 1990.
Isto quer dizer que, para ensinar, tive que estudar e investigar sobre estes temas. No entanto considero que me foi fácil aprender o suficiente para poder ensinar os meus alunos.
Chamei à atenção dos alunos da Universidade Sénior para o que se anda a fazer. De entre as energias renováveis, a fotovoltaica, em que se aproveita a radiação solar e se transforma em energia elétrica, é talvez a menos poluente em termos de emissão de gases de efeito de estufa. Em contrapartida ocupa extensas áreas de solo com aptidão agrícola. Se pensarmos que a polução mundial aumentou muito e somos cada vez mais a termos que ser alimentados, devíamos tudo fazer para minorar esse problema. Para o conseguir sugeri que se implantassem painéis fotovoltaicos nos telhados das naves industriais, nos telhados dos parques de estacionamento e no das casas. Assim evita-se a ocupação do solo. Sempre fui adepto de que a energia elétrica e o ambiente devem andar juntos, respeitando-se. O que por vezes se vê é uma espécie de exagero da parte do ambiente, que devia evitar-se.
Como estamos na região onde se encontra a albufeira do rio Sabor, disse-lhes que a água ali armazenada funciona como uma bateria. É um armazenamento de energia já que, a qualquer momento, se pode turbinar e assim produzir energia elétrica. Atendendo a que o vento e o sol não estão disponíveis SEMPRE que precisamos de energia, é preciso arranjar uma alternativa e as centrais hidroelétricas “respondem” muito depressa, ou seja, são necessárias para podermos aumentar a produção fotovoltaica e a eólica.