A figura dos Bombeiros e dos Sapadores, por força da grande dimensão das ocorrências que enfrentam, encontra-se indissociavelmente ligada aos incêndios florestais. Porém, mostra-se redutor reduzir a atividades dos indicados às supra mencionadas catástrofes.
Os primeiros atuam diariamente no socorro à segurança pública, ficando convocados a interceder a nosso favor diversas circunstâncias, como são exemplo os acidentes rodoviários, situações de emergência média, operações de resgates e salvamento, apoio a serviços da Proteção Civil, entre muitos outros.
Na mesma senda, os segundos – embora mais próximos do combate aos incêndios – também não restringem a sua atividade ao verão. Os evidenciados trabalham arduamente na limpeza e manutenção das faixas de gestão de combustível, manutenção dos caminhos florestais, reflorestação, vigilância e até na realização de campanhas de sensibilização.
Tendo em consideração que todos eles, independentemente de exercerem funções em regime de voluntariado ou profissional, deixam as respetivas vidas e famílias em segundo plano para se disponibilizarem ao serviço das comunidades, o esforço que empregam além de enaltecido, deve ser recompensado.
Parte desta compensação é de responsabilidade coletiva, manifestando-se pertinente reconhecer que cada cidadão possui um papel a desempenhar na preservação da segurança pública e do meio ambiente.
Por outro lado, configura-se igualmente necessário o providenciar de condições dignas – e aliciantes – para que prossigam com a demanda que tão bem operam. Para o efeito, a valorização salarial verificar-se-á primordial. No entanto, também se revestem de importâncias, melhorias no que respeita aos equipamentos e infraestruturas, formação e capacitação e o prestar da merecida preocupação com a saúde mental destes combatentes.
Promover uma significativa melhoria nas atuais condições seria um passo em frente na relação entre os governantes e os nossos heróis do quotidiano. Todavia, da mesma forma que existe investimento na inovação e tecnológica noutras ramificações da sociedade portuguesa, constitui-se fulcral e justo – e tardio – o benefício das condições destes profissionais que tanto nos auxiliam.
Em suma, os Bombeiros e Sapadores são heróis que necessitam de muito mais do que aplausos. Carecem de reconhecimento profissional, reconhecimento institucional e reconhecimento social, sendo que para o último todos somos responsáveis por contribuir.