Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025
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Ricardo Almeida
Ricardo Almeida
Professor e Empreendedor Social

“Fácil é avançar sozinho, difícil é avançar com os outros”

Era 1 de junho, decorria a campanha para as eleições Europeias do Partido Socialista.

O encontro final, para além de outras atividades, ocorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. A essa altura, eu ainda era o único candidato à Federação do Partido Socialista de Vila Real. A importância desse momento é espelhada numa frase particular, inserida num vídeo promocional sobre a cabeça de lista e ex-ministra da saúde, Marta Temido: “Fácil é avançar sozinho, difícil é avançar com os outros!”. Esta frase marcou o meu pensamento, interiorizei-a de imediato, funcionava constantemente como uma inspiração, mas ao mesmo tempo desafiava a minha capacidade de envolver as pessoas na minha candidatura.

O caminho foi longo, com vários contactos, com inúmeras reuniões, cafés, jantares e viagens, perdi a conta aos quilómetros palmilhados. A experiência foi fenomenal, trago comigo o que de bom há na política: a lealdade de poucos, a recetividade do militante de base, a amizade, o companheirismo, a vontade de fazer e construir algo diferente e, principalmente, a convicção de que existia um espaço para uma candidatura fora de um “ecossistema” político fechado, cada vez mais adormecido e que urgia (ou urge?) acordar! “É preciso fazer diferente!”, dizia-me um autarca socialista. E ali estava, todo eu, de peito e certezas abertas, para fazer diferente.

O que sucedeu depois foi um recuo, um passo atrás, sem dramas nem tabus, sem receios, mas com deceções. O que poderia ser diferente, foi igual ao de sempre, a transformação que achava possível tornou-se num muro intransponível, uma situação normal e natural que foi ao encontro do jogo democrático e partidário que tem no pragmatismo político a sua caraterística principal.

O futuro do distrito pertence agora a outra liderança, esta apresenta-se com a experiência e a audácia necessárias para encarar os desafios, internos e externos, do Partido Socialista e convertê-los rapidamente em resultados positivos, que tão necessários são para mobilizar os seus militantes e, consequentemente, restabelecer a confiança das pessoas.

A postura que sempre adotei na vida, manter-se-á: construtiva, atenta e crítica, mas disponível para trabalhar, até porque somos poucos para as próximas contendas. Todavia, como diz Ricardo Costa, na última edição do periódico semanal: “Nada é mais perigoso para os grandes partidos que a absoluta incompreensão dos tempos que atravessam. Quando as coisas mudam, eles são as páginas a virar”.

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