A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esteve em Lamego onde deixou o presente que autarcas e muitas outras entidades andam a reivindicar há décadas.
O anúncio de que a Linha do Douro vai voltar a ter comboios entre Pocinho e Barca de Alva.
A declaração, feita durante a cerimónia de comemoração dos vinte anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro a Património da Humanidade, atribuída pela UNESCO no dia 20 de dezembro de 2001, em Helsínquia, na Finlândia, no entanto, sabe a pouco.
Estas Comemorações promovidas pela Comissão de Coordenação da Região Norte e autarquias da região, no dia da sua abertura, juntaram no Teatro Ribeiro de Conceição, em Lamego, mais de um milhar de convidados, que assim quiseram demonstrar o seu agrado, quer pelas comemorações, quer pelas vantagens que aquela distinção tem trazido ao Douro.
A reabertura desta linha desde o Pocinho até Barca de Alva, é uma notícia que se saúda, sendo, porém, necessário ir mais além, garantindo a sensibilidade das autoridades do país vizinho para este projeto, por forma a que se empenhem na reposição do traçado original, levando o caminho de ferro de novo até Salamanca.
Enquanto tal não acontecer de pouco servirá a reabertura até Barca de Alva.
Em segundo lugar, há que fazer também e simultaneamente a eletrificação de toda a linha, desde o Marco de Canaveses, (onde encalhou), até à fronteira. Se tanto se fala em descarbonização, que se atue em conformidade, retirando das estradas as viaturas acionadas por combustíveis fósseis. Esta é a altura de o fazer, havendo, como se supõe, verbas do PRR e outros Fundos Comunitários, para o efeito.
Espera-se naturalmente que o ministro Pedro Nuno Santos, que é o responsável pelas infraestruturas, ou quem lhe suceder, abra os cordões à bolsa, porque de contrário, este anúncio da ministra da Coesão Territorial, eventualmente, não passará de boa intenção em dia de festa.
Uma última nota para lembrar que esta nossa Linha do Douro, mesmo depois da sua ligação a Salamanca, continuará a ser apenas um remedeio – muito útil pata as localidades que vai servir no seu percurso, mas não resolverá ainda o grande problema da ligação do Porto e Porto de Leixões, ao centro de Europa, via Madrid e norte de França. É que enquanto isso não suceder, não se retirará das estradas o transporte de mercadorias. E não será certamente, uma Linha, de via única, que o poderá fazer, dando uma volta por Salamanca para chegar apenas a Madrid.
Este é, porém, um assunto, que merecerá certamente uma outra reflexão.
Boas Festas de Natal para todos.