Ao invés, quando reina a desorganização, a desorientação e a descoordenação nos “decision makers”, quer a nível nacional, quer a nível local, surge a incoerência estratégica e a ineficiência na ação.
A pandemia de Covid-19 tem sido um caso paradigmático de desorganização, desorientação e descoordenação, onde a tomada de decisão está subordinada ao ganho político de curto prazo.
Quando a visão é tão pequena e tão mesquinha, perante um problema tão complexo e vasto, as medidas de restrição e as medidas de apoio tornam-se numa autêntica “Mixórdia de Temáticas”.
Se, por um lado, o Governo, desprovido de capacidade financeira, por culpa própria, impõe medidas restritivas incoerentes e de eficácia duvidosa, não atribuindo as devidas compensações e incentivos, por outro, as autarquias, sem grandes instrumentos, tentam responder às necessidades emergentes e prevenir o surgimento de espirais recessivas com consequências económicas e sociais imprevisíveis.
É neste contexto que surgem os pacotes de medidas da Câmara Municipal de Chaves com números redondos pomposos, sem sequer envolver no processo os diferentes parceiros económicos e sociais.
A autarquia flaviense vive numa esquizofrenia de anúncios quase diários, conferências de imprensa e voluntarismos bacocos, sem que se estudem e apurem os efeitos concretos da sua ação.
Não há uma estratégia clara, mas um conjunto de propostas requentadas ou mal copiadas, de eficácia limitada e duvidosa, que não respondem aos anseios e desafios das atividades económicas mais afetadas.
Em contraponto a gastos pornográficos com “luzinhas de Natal” ou em “fóruns de Educação” sem visitantes, a restauração recebe “embalagens de takeaway” contadas à unidade.
Pois o que verdadeiramente importa para o poder vigente é o som arrebatador do “milhão de euros” (cujo o valor real nunca será escrutinado) e mostrar que se faz muito, quando, na realidade, pouco ou nada acontece.