Sabemos que já não temos as pessoas de outros tempos, que cortavam o mato, limpavam os caminhos, deixam os lameiros barbeados e as touças asseadas. Daí que seja preciso agir com mais proatividade, cuidado e responsabilidade. Com tanta caminhada que vejo fazer hoje em dia, agora por tudo e por nada, é uma das modas atuais, não sei por que é que não se marcam dias ou jornadas para se dar mais atenção à floresta, se limpar caminhos e zonas em volta das casas, entre outras coisas, de grande significado cívico e de grande interesse para a comunidade.
Há muita coisa que os cristãos, enquanto jardineiros, administradores e cuidadores responsáveis da criação de Deus, podem fazer. Já ouvimos muitas vezes, e tem muito sentido, que os fogos do verão se apagam no inverno. É essencial fazer uma atenciosa e cuidada gestão do território. E entre nós muito mais. Que ações comunitárias se fazem hoje para se zelar pela natureza e o ambiente? Onde anda a comunidade? Uma boa gestão do território que ocupamos é um dever de todos, faz parte dos valores de uma cidadania responsável e consciente e da mais elementar moral cristã, e hoje muito mais, sabendo-se que o planeta atravessa uma verdadeira crise ambiental, está a acontecer uma mudança radical que tem levado à destruição de paisagens, flora e fauna de que temos desfrutado, e que podemos perder irremediavelmente se não agirmos a tempo.
É preciso que os cristãos, neste campo, também façam a diferença e liderem ações sensatas e construtivas no cuidado e no zelo da natureza e do ambiente, sem nos pormos sempre à sombra da bananeira, deixando tudo para o Estado e suas instituições. Nas nossas mãos está o remédio e a ação preventiva, paliativa e reparadora da nossa região, que é a nossa casa, onde nos sentimos povo e até família. Por isso, a partir da fé, há que promover atitudes de compromisso e de dedicação à natureza, de saber conviver com ela e sermos administradores sábios e prudentes, para não termos de nos envergonhar de ter desperdiçado o que um dia nos foi colocado nas mãos, mas, pelo contrário, sentirmos a alegria de ter feito o que nos era pedido e exigido como cocriadores com Deus, e de termos velado e multiplicado a riqueza, o bem-estar e o futuro do nosso povo e da nossa região.