Nada fazia prever esta medida, tendo em conta que a pandemia no nosso país está praticamente controlada, com poucos novos infetados e com a campanha de vacinação a decorrer a bom ritmo.
Qual a razão então, para que o Reino Unido tenha tomado esta decisão, aparentemente, tão inoportuna e injusta? Vejamos o histórico dos acontecimentos. Há muito se sabia que a final da Champions, iria ser disputada por duas equipas inglesas: O Manchester City, e o Chelsea, – clube da capital londrina. O racional seria, que este desafio decorresse em Londres, sendo disputado sem público nas bancadas, isto é, à porta fechada. Não ocorreria a ninguém que se fretassem aviões para transportar as equipas até outro qualquer país.
Isso não faria sentido!
Porém, lá na Velha Albion, alguém pensou: e se houvesse um país próximo, que permitisse que o jogo se realizasse com a presença de público? Assim já era possível satisfazer os milhares de tiffosi, adeptos de uma e de outra equipa. Só teriam que se meter nos aviões e ir ver o jogo.
Proposta a ideia aos responsáveis de F.P.F, esta logo indicou o Estádio do Dragão. O Porto era uma cidade perto e bem conhecida dos ingleses, só faltava que o nosso Governo, aceitasse abrir uma exceção e autorizasse a presença de público nas bancadas. Sabe-se agora, que terá sido o próprio primeiro-ministro a autorizar, vendo uma oportunidade para satisfazer os ingleses, pelos quais os nossos empresários da restauração e do turismo tanto ansiavam.
O resto é história conhecida. Vieram aos milhares, muitos para ir ao estádio, e outros para beber uns copos e apanhar sol.
O espetáculo que deram na baixa portuense foi deveras lamentável. As imagens chegaram a Londres, e as autoridades não devem ter gostado nada do que viram. A pressão pública inglesa forçou o seu Governo a que desse um sinal de desacordo.
Não há, pois, a nosso ver, nenhuma retaliação ao nosso país, por ter autorizado o jogo no Estádio do Dragão. O que há, é uma medida de prudência, uma vez que muitos turistas que estão a regressar vindos de Portugal, podem ter tido alguns comportamentos impróprios, – evidentes nas imagens televisivas.
Estamos certos de que a quarentena a que são obrigados agora todos os turistas no regresso do nosso país, não durará mais do que duas a três semanas, tudo regressando à normalidade lá para o início de julho.
Talvez esta medida, sirva de lição para quem autorizou. Se não, estará a pagar o justo pelo pecador.