Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Os cereais da Ucrânia

Quando a 24 de fevereiro a Rússia iniciou a invasão do país vizinho, da forma tão violenta como o fez, o mundo ocidental europeu interrogou-se sobre as suas reais intenções.

E colheu a todos de surpresa, ao não permitir que se gerasse, eventualmente, uma Força de Intervenção, sob a natural responsabilidade da Organização das Nações Unidas –ONU, que tem um Conselho de Segurança criado para intervir em situações destas. Assim, assistimos ao massacre continuado de populações indefesas, sobre as quais caem mísseis, disparados de longa distância, que atingiam pessoas, edifícios, escolas, hospitais, como as imagens televisíveis nos foram mostrando.

Com o andar da guerra, percebeu-se que o invasor tinha a intenção, sobretudo, de se apoderar de toda a faixa costeira ucraniana, de modo a cortar o acesso daquele país ao Mar Negro, que é a forma daquele país chegar a todo o mundo.

De tal sorte que ficaram bloqueados todos os produtos para exportação, dos quais, mais evidentes os cereais (milho, soja, feijão e trigo) de que a Ucrânia é um dos maiores produtores do mundo. Falava-se de centenas de milhões de toneladas, destinadas em especial para a África e Ásia, a principal fonte de alimentação de milhões de habitantes daqueles países.

Terá sido esta questão que fez acordar a ONU, cujo secretário-Geral acabou por ir falar com o Sr. Putin, o conhecido responsável pela tragédia humana, infringindo as mais elementares regras de respeito para com o seu país vizinho. Também o Presidente Erdogan (Turquia) como país vizinho da região, se disponibilizou a colaborar para facilitar a passagem dos navios. E assim nasceu a primeira réstia de esperança para a resolução daquele conflito.

Surgiu, entretanto, a notícia, de que a maior central nuclear da Europa, tomada recentemente pelas tropas invasoras, estará a ser atacada, receando-se a libertação de energia atómica, o que seria, se tal acontecesse, o início de uma nova escalada do conflito.

Porque quando se trata do uso de armas atómicas, ninguém sabe (salvo os japoneses de Hiroxima e Nagasaki) onde este conflito nos pode levar. Percebe-se que a China, que tem evitado envolver-se, esteja já a afinar armas nos mares que a separam de Taiwan, um país autónomo, que reivindica como seu.

O mundo dispensaria bem nesta altura a abertura de mais um novo foco de tensão. Resta-nos a esperança de que o exemplo dos cereais da Ucrânia, possam inspirar os dirigentes mundiais, para que se calem os canhões. A vida humana agradecerá.

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