Quantos inventores, inovadores, empreendedores e outros sonhadores andaram toda uma vida desgastados a mostrar o bem da inovação, do sonho ou da invenção em comunidades e sociedades que jamais os valorizaram devidamente? Foram-se eles, ficaram as ideias e, anos-luz mais tarde, as ideias singraram e revolucionaram o nosso conforto, a nossa cosmogonia e o nosso pensamento.
Escreve Bernard Prouvost que o papel dos líderes e dos referentes em matéria de Inovação é o de valorizar quem pensa diferente, quem vai por outros caminhos, quem chega a outras metas. Parece ela própria uma ideia bizarra quando olhamos para as nossas organizações, empresas e instituições.
Ao lermos muitos comentários ou expressões públicas dos nossos ‘líderes’ ou ‘referentes’ – sejam eles Professores, Presidentes de Câmaras ou CEO – encontramos comentários que defendem quem pensa diferente deles ou encontramos comentários a favor de quem pensa como eles? E na prática valoriza-se quem pensa diferente ou existe uma agenda velada a favor da quietude das coisas?
As sociedades inovadoras têm uma cultura que valoriza os percursos inovadores, que valoriza a quebra do hábito, que sabem que a Boa-Nova é rutura. As sociedades conservadoras – melhor, as sociedades que são ‘caixas de conserva’ – têm uma cultura que reprime logo quem pensa diferente, que praticam o chamado ‘cancelamento’ (só ouvimos do que gostamos) e levam os outros a acomodar-se na mediocridade dourada. ‘Não te queixes que não é contigo’. Depois, quando os líderes conserveiros desaparecerem, ficam as caixas de conserva bafientas, oxidadas e expostas.