O trabalho suplementar, que até à data servia para compensar o baixo salário de muitos trabalhadores, também já não cumpre aquele objetivo porque se verifica, por um lado, uma generalizada insatisfação quanto ao valor da hora e, por outro, porque muitos dos trabalhadores apresentam-se em estado de cansaço limite, resultado das consecutivas longas jornadas diárias de trabalho.
A característica da atividade dos trabalhadores acarreta custos acrescidos, tendo em conta que, no essencial, são trabalhadores em movimento pelo país e estrangeiro, confrontados com custos elevados no que concerne à refeição e outros.
A segurança rodoviária é um tema incontornável na agenda política nacional e internacional, fundamento de grande preocupação, por isso as autoridades dos transportes, a ACT, as Comunidades Intermunicipais e as Câmaras deveriam estar mais atentas às condições de segurança dos veículos no distrito, assim como fiscalizar os horários pois a inatividade das entidades que fiscalizam os transportes de passageiros é preocupante.
Acresce um estado de revolta face às atitudes discriminatórias, por parte de administrações, na distribuição dos serviços, nos horários e na distribuição do trabalho suplementar, mas sobretudo no incumprimento dos direitos dos trabalhadores constantes em Acordos de Empresa e em Contratos Coletivos de Trabalho.
Os trabalhadores do sector têm direito ao aumento dos seus salários e não podem aceitar que o futuro seja o SMN, como pretende a generalidade do patronato deste sector.
Deveria ser criada uma rede de parques e áreas de descanso que satisfaçam as necessidades prementes dos motoristas e com condições dignas de saúde e segurança.
A melhoria significativa das condições de trabalho, designadamente dos salários, dos horários, do repouso, das pausas, são um fator fundamental para ser também garantido um bom e seguro serviço para os passageiros e demais comunidades.
Os sindicatos já apresentaram propostas, mas não obtiveram respostas e, perante isto, terão que ser os trabalhadores, unidos em torno da sua organização sindical de classe, a mostrarem ao patronato do sector, que não aceitam a desvalorização e degradação do seu salário.
Entendemos que é necessário que os trabalhadores se mobilizem em torno do seu Sindicato, o STRUP – Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos, para se continuar a trabalhar na melhoria das condições de trabalho e dos salários de modo a valorizar as profissões neste sector, o que só será conseguido com o reforço do envolvimento de quem trabalha naquilo que lhes diz respeito, reforçando assim a capacidade de negociação do STRUP.”