Quarta-feira, 19 de Março de 2025
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Barroso da Fonte
Barroso da Fonte
Escritor e Jornalista. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Se a matemática é democrática, a esquerda perdeu

Anda por aí alguma gente que se diz democrata, mas que nada ou muito pouco sabe de democracia. Não se é democrata por votar neste ou naquele. Deve chamar-se democrata àquele que pratica a democracia, conscientemente, por atos, por instinto, por convicção. A pandemia chinesa que assolou a Humanidade, um século depois da Febre Espanhola, […]

Anda por aí alguma gente que se diz democrata, mas que nada ou muito pouco sabe de democracia. Não se é democrata por votar neste ou naquele. Deve chamar-se democrata àquele que pratica a democracia, conscientemente, por atos, por instinto, por convicção.

A pandemia chinesa que assolou a Humanidade, um século depois da Febre Espanhola, colidiu com a celebração dos 46 anos do 25 de Abril, em Portugal. Ninguém estava à espera desta calamidade mundial que todas as nações do mundo aceitaram, como catástrofe da natureza. Foi um pretexto asado para mostrarem aos líderes mundiais que não vale a pena mostrarem a força das armas nucleares, com que ameaçam os povos minúsculos, pois, todo esse poderio e toda essa sobranceria raivosa, nada representam perante um vírus silencioso.

Esta dramática epidemia alterou tudo e a todos. E veio, por outro lado, mostrar que a todos e a tudo, a pequenez humana, responde com insignificância, miserabilismo e negatividade da personalidade que julgamos ter no domínio social.

O móbil da polémica que deflagrou na sociedade portuguesa a propósito da comemoração dos 46 anos da revolução dos cravos, mostra e demonstra as fragilidades do povo que somos e da hipocrisia que arrastamos pela vida fora. As cerimónias desta data política serviram mais para comprovar a fraqueza em que assentam: a incoerência, a liberdade e o poder de decisão do que a firmeza, a convicção e a pureza de caráter.

O paradoxo que envolveu este binómio entre Ferro Rodrigues e André Ventura, por exemplo, foi testado num desafio claro, livre e, rigorosamente, democrático. Mais isento não poderia ser.

A Constituição da República criou e mantém ao serviço democrático uma figura fácil, justa e universal: «a petição pública».

 Manuel Alegre, Alberto Martins e Fernando Rosas, abriram na internet uma dessas formas de pressão para medir a justeza dos seus argumentos a favor do «Sim» às cerimónias do 25 de Abril.

Outra petição, de cidadãos menos conhecidos, mas igualmente identificados, subscreveram outra petição mas apelando ao «Não» a essas cerimónias. Nem vale a pena explicar qual a petição que contou com mais ou menos mediatismo. A verdade é que os resultados foram categóricos: a petição a favor encerrou à mesma hora da petição contra. A do «Sim» somou:  25.526 votos; a do «Não» somou: 110.228 votos. Ou seja três mediáticos cidadãos de esquerda perderam por 84.702 votos. Quatro vezes menos do que os altos quadros da Geringonça.

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