Sexta-feira, 29 de Março de 2024
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Barroso da Fonte
Barroso da Fonte
Escritor e Jornalista. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Tudo foi grande aos pés dos 100 anos de Adriano Moreira

Aconteceu a 6 do corrente mês, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa iniciativa grandíloqua da centenária Casa Regional de Bragança, com sede em Lisboa e presidida pelo Dr. Hirondino Isaías.

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No primeiro volume do Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto-durienses, pp 406/407 (1998), artigo científico de J. Pinharanda Gomes, escreveu que Adriano Moreira, nasceu em 15/09/1922. Contudo a Entidade promotora dessa inédita comemoração, em consenso com o próprio homenageado, optaram por fixar o dia 6 que foi o dia exato, embora apenas fosse registado em 15 do mesmo mês. Presume-se que o PR, Marcelo Rebelo de Sousa, que vai a todas e que não apareceu no Pavilhão do Conhecimento, terá sabido desse desencontro de datas, pelo que terá gravado um depoimento, fora do espaço, mas dentro do contexto, afirmando que “verdadeiramente fascinante”, sublinhando que “há muito entrou na História apesar de toda a sua vida ter sido feita de desencontros históricos.

“Chegou sempre cedo demais ou tarde demais a esses encontros”. Um homem com “traços de génio” que chegou sempre “cedo demais”, ou “tarde demais”. É deste modo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageia Adriano Moreira, ex-ministro de Salazar na ditadura e ex-presidente do CDS em democracia, no dia em que este faz 100 anos.

Tenha Adriano Moreira nascido em 6 ou 15 do mesmo mês e ano, a organização de um século depois, demonstra à sociedade que a história dos grandes cidadãos, incluindo, portugueses que apesar de tudo, a História é dinâmica que exige uma revisão até 28 de junho de 2028, data que completa 9 séculos de História. E não só da data da Fundação de Portugal. Também do seu Fundador, D. Afonso Henriques. À falta de documentos verídicos é a tradição que avança. E esta afirma que foi em 25 de julho de 1111, em Guimarães.

Depois de Herculano, tem havido vozes que alegam divergências no ano, mas não no local. Essas vozes que desobedecem ao 1111, defendem o ano de 1109. Mesmo estes poucos diferem nos dias: 5, 6 e 15 de agosto de 1109. Guimarães deixou-se enredar, em 2009, com uma teoria que baralhou a opinião pública e os próprios Vimaranenses, mercê das piruetas da então e ainda em funções, da Presidente da Academia Portuguesa de História que usou os holofotes das televisões para difundir aquilo que oito meses antes negara: corrigindo os manuais de História para o que bastaria trocar Guimarães por Viseu. Essa poeira foi afastada por José Matoso no Centro de História, em Lisboa, em 14 de dezembro de 2014.

O exemplo de organização, o espírito de justiça e a oportunidade revisionista da História de Portugal colhe-se na dignidade desta exemplar comemoração dos cem anos de um dos mais preclaros especialistas da cultura Portuguesa. É a Lusofonia que o exige.

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