É evidente que a pandemia da Covid-19 tem sido um exemplo desolador da desorientação, descoordenação, incompetência e incapacidade do Governo.
Entre as incongruências do Ministério da Saúde e da Direção-Geral de Saúde e a falta de coragem, determinação e soluções sérias nos restantes ministérios que invertam o ciclo regressivo, o Governo deixou de ser um elemento agregador e gerador de confiança e esperança no futuro para a sociedade portuguesa.
Perante a falta de respostas condignas aos desafios e problemas atuais, existe um partido que se aproveita da situação para negociar com o Governo um Orçamento de Estado ignóbil e vergonhoso, usando o seu voto para ignorar as circunstâncias, realizando um Congresso com centenas de pessoas.
É certo que a criação da Geringonça alterou o comportamento do PCP. Se antes, a cristalização e o dogmatismo ideólogico reinavam, agora a chantagem, chico-espertismo e dependência doentia do Governo do Partido Socialista tornaram-se em instrumentos úteis e eficazes da sua sobrevivência política.
A inexistência de um compromisso claro e formal no seio do enquadramento parlamentar de 2019, tornou a estratégia óbvia e repugnante, transformando os principais opositores da “real politik” nos seus maiores executantes, subordinando o interesse nacional aos desejos e clientelas de um partido totalitário.
A hipocrisia nauseabunda deste arranjinho pode servir o PS e PCP (e os seus satélites como o PEV e a CGTP), mas não serve o país e os seus cidadãos, as empresas e os seus trabalhadores, o setor social e os seus utentes e beneficiários, em tempos de crise sanitária, económica, social e, em breve, política.
O mau exemplo fica para memória futura e deverá ser julgado nas urnas, no entanto, espero, sinceramente, que ninguém sofra as possíveis consequências de tamanha irresponsabilidade e alheamento.