Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2025
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Burlas a idosos continuam a aumentar

São o principal alvo para cair no dito “conto do vigário”. Os idosos continuam a ser vítimas de esquemas de burla e o número de casos cresceu 5.5%, face ao ano anterior.

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Segundo o Portal da Queixa, as principais reclamações prendem-se com “contratos forçados, transações não autorizadas e reembolsos não recebidos”, sobretudo por familiares dos idosos.

Os burlões usam esquemas cada vez mais sofisticados, para ganhar confiança e depois agir.

Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), a maior percentagem de vítimas está entre os 65 e os 75 anos. Coimbra, Santarém, Aveiro, Leiria e Viseu são os distritos onde se registaram mais crimes de burlas contra idosos, segundo dados da GNR.

Desde o início do ano, o Portal da Queixa revela que já recebeu “249 reclamações sobre alegadas burlas praticadas a seniores (com mais de 65 anos), um crescimento de 5,5% em comparação com o período homólogo, onde se registaram 236 ocorrências”.

Entre os principais motivos das reclamações – que na maioria são registadas pelos familiares dos idosos lesados -, estão os reembolsos não recebidos, com uma fatia de 55% das queixas. Segue-se a transação não autorizada ou desconhecida, motivo que deu origem a 16,1% das denúncias.

O contrato forçado foi o tema reportado em 13,6% das denúncias em contexto de burla. Em 10% dos casos foi relatado um esquema de fraude através da subscrição de serviços.

Já 2,9% das queixas apontaram como causa a burla online, com recurso a um site/página clonada e 2,4% dos lesados relataram casos de publicidade falsa.

Dos casos chegados ao Portal da Queixa, destacam-se em volume, as abordagens a idosos que resultam em contratos alegadamente forçados, na área da saúde.

É o caso de Ana Sofia, filha de um reformado com 82 anos que foi abordado por uma empresa de aparelhos auditivos com sede em Leiria. “O que acontece é que foi aliciado a adquirir o aparelho auditivo em que o pagamento é feito em 48 meses e o valor são mais de 6000€ com os juros. Estas pessoas aliciam idosos com rendimentos baixos a fazerem créditos absurdos de valores elevados”.

O mesmo esquema comercial – agressivo e forçado – foi reportado por outra pessoa, Zeferino Nunes, cuja queixa denuncia a falta de transparência e atraso no reembolso do aparelho auditivo devolvido.

O esquema e as reclamações sobre empresas de aparelhos ou próteses auditivas repetem-se. Bárbara Coelho relata o mesmo problema. O pai fez a compra, a filha rescindiu o contrato e devolveu o produto, mas o reembolso nunca é processado. “Já são várias as tentativas de contacto, está em causa um valor considerável de dinheiro, foram cumpridos da nossa parte todos os passos e requisitos para devolução e reembolso, contudo sem qualquer feedback. Sentimo-nos claramente enganados e teve impacto não só financeiro como psicológico no meu pai”.

Já Leonor Oliveira descreve como “irregular” a abordagem feita aos pais por uma empresa de água: “Após um telefonema a aliciar testes gratuitos de água, um “agente” deslocou-se a casa dos meus pais (86 e 89 anos) para montar um filtro de água gigante. Mais irregular ainda, o agente deslocou-se ao multibanco com o meu pai para, supõe-se, inteirar-se do seu IBAN. Empresa que se aproveita de idosos incautos com a treta de sustentabilidade”.

 

 

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