Em quatro dias tivemos uma quantidade de infectados no país equivalente aos primeiros quatro meses de pandemia. Portanto nesse sentido não haverá muito mais a fazer. Neste momento temos que partir para o confinamento geral.
Mas esta situação poderia ter sido evitada? Claro que sim.
Houve claramente uma falta de planeamento e uma falta de antecipação de cenários e de competência na gestão das circunstâncias por parte do governo, que nos levaram a esta situação.
É um facto que as medidas que se adoptaram e que visaram os mesmos de sempre, o pequeno comerciante e a restauração, não surtiram efeito desejado e, portanto, é legítimo dizer que o Governo falhou.
Nesta nova vaga, mais uma vez, será o pequeno empresário a sofrer os maiores danos. E sinceramente, aquilo que se vê tanto no pequeno comércio como na restauração é gente a cumprir. Máscara quando há ajuntamentos, máscaras a comprar, desinfeção das mãos e cumprimento da lotação máxima das lojas. Vou a um café ou restaurante e vejo espaçamento entre mesas, vejo desinfeção e vejo a cumprir regras.
Aliás, se há local com excesso de lotação serão mesmo os hipermercados.
E falhou ainda mais, porque efectivamente, as ajudas do Governo tardam em chegar às pequenas empresas.
Nesta altura do ano, sabíamos que era extremamente previsível que as condições fossem difíceis, até por causa do inverno ser uma época propícia a gripes. Quem gere um país devia esperar o melhor, mas preparar-se para o pior, o que efetivamente não aconteceu.
Reunir numa quarta-feira à tarde para decretar medidas para quinta-feira de manhã, mostra o planeamento existente em Portugal.
Ao contrário do que António Costa e o Governo afirmam, o problema não são as pessoas. O problema foi a falta de planeamento que nos levou a este ponto de rutura, porque é muito fácil dar um voto de confiança aos portugueses no Natal e depois se esse voto de confiança correr bem foi mérito do Governo, se correr mal, a culpa é da população que não respeitou o voto de confiança dado. Isto não é gestão nenhuma.