Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Vitor Pimentel
Vitor Pimentel
Empresário

“Este hospital não serve”

Ao longo de décadas, o hospital de Chaves tem perdido valências, meios e recursos. A sua integração no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro apenas acelerou a degradação dos serviços

As promessas de requalificação e reabilitação do hospital têm sido sistematicamente incumpridas, a limitação da urgência pediátrica tornou-se uma realidade e a promessa eleitoral do atual executivo municipal de apresentar relatórios trimestrais sobre o hospital leva já três anos de atraso, o que demonstra a pouca ou nenhuma preocupação socialista com a saúde dos mais frágeis, provando que neste, tal como em outros assuntos de relevo, o mais importante é parecer, não ser!

A contratação de profissionais especializados e de pessoal indiferenciado, a aquisição do acelerador linear, a aquisição do mamógrafo, as obras no bloco operatório ou a criação de uma unidade de cuidados paliativos em Chaves, têm sido, independentemente do Conselho de Administração em funções, compromissos assumidos, alguns deles públicos, mas pouco ou nada acontece. As condições dos serviços deterioram-se e a qualidade dos cuidados prestados regride.

A falta de meios técnicos e humanos no Centro Hospitalar tem sido recorrentemente denunciada por profissionais de saúde e por utentes e as consequências reais têm sido regularmente avaliadas pela Entidade Reguladora da Saúde, mas a tutela tem demonstrado uma negligência atroz perante a circunstância. 

A deslocação atabalhoada do médico anestesista da Unidade de Chaves para a Unidade de Vila Real, colocando em causa a realização de cirurgias previamente agendadas, é mais um caso paradigmático da incapacidade do CHTMAD em responder às solicitações e às necessidades das suas unidades locais e das comunidades em que está inserido. 

O CHTMAD não consegue contratar e fixar pessoal especializado e Chaves é a unidade local mais afetada.

Em suma, o PS e a maioria parlamentar de esquerda têm de optar. Ou querem um SNS público, com o investimento e os recursos necessários, ou querem um sistema misto, onde o utente possa também escolher prestadores do setor social ou privado e o Estado paga, com benefícios para ambos.

O que não pode continuar a acontecer é que sob o preconceito ideológico de um SNS eminentemente público, o Hospital de Chaves, como tantos outros, se arraste num processo de definhamento, com investimento nulo e sem capacidade de resposta às reais necessidades da população.

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