Na nossa região, dos corredores ferroviários existentes, só a Linha do Douro teria condições para dar essa contribuição, razão pela qual, nos temos empenhado para a reabilitação desta linha no seu todo, ligando-a até Madrid como já acontecia há pelo menos um século.
Tomei agora conhecimento de uma proposta muito inovadora, apresentada pelo Associação Vale D´Ouro, sediada no Pinhão, e de que é um dos seus responsáveis Luís Almeida, segundo o qual este estudo vem alterar o paradigma de como se olha para o território, desmitificando a impossibilidade de construção de uma diagonal ferroviária em Trás-os-Montes. Evidencia a viabilidade técnica de uma Linha de Alta Velocidade de tráfego misto, servindo a região com um caminho de ferro moderno e eliminando a dependência exclusiva do transporte rodoviário.
O estudo, elaborado de acordo com as normas do Administrador das Infraestruturas Ferroviárias espanhol, prevê ligar o Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto, à linha de Alta Velocidade Madrid/Galiza, passando por Paços de Ferreira, Amarante, Vila Real, Alijó, Mirandela, Podence, – Macedo de Cavaleiros – e Bragança.
A Proposta prevê uma viagem de 43 minutos para atingir Vila Real e 1h14m para Bragança, com ligação à Alta Velocidade, Madrid-Galiza já existente a 35 km da fronteira.
Para Manuel Margarido Tão, doutorado em Economia de Transportes, pela Universidade do Algarve, este Estudo da Linha de Alta Velocidade Transmontana, é a maior pedrada no charco da história recente da ferrovia portuguesa: No horizonte temporal de 2030, os desafios que se colocam à logística e à mobilidade transfronteiriça, num contexto complexo de restrições crescentes, os tráfegos rodoviários de mercadorias, apresentam-se particularmente acutilantes para a economia do Norte de Portugal, chamando a si a implementação de uma solução financeiramente exequível e temporalmente aceitável, no quadro das ajudas financeiras da União Europeia, sob a forma de Fundos Comunitários.
Este estudo, foi apresentado na última Assembleia Municipal de Mirandela, em cuja cidade se perspetiva uma estação junto ao aeródromo municipal e já foi submetido ao Ministério das Infraestruturas, tendo sido bem acolhido.
Como seria saudável que os autarcas da região o assumissem como um dos desafios das suas vidas. As gerações, após 2030, ficar-lhes-iam gratas.