Não era nossa intenção intervir nesta matéria, porque é por demais conhecida a nossa opinião sobre os grandes desígnios que temos para o desenvolvimento deste nosso Norte Interior.
Porém, chamado pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial, para intervir no debate final, a propósito da Petição Pública, por nós sugerida quando tínhamos responsabilidades na Direção daquela Associação, convoca-nos o tema da Requalificação e reabertura da Linha do Douro, desde Leixões até Barca de Alva, com o restabelecimento da ligação até Salamanca e conexão à Alta Velocidade até Madrid. Todos os Partidos com assento parlamentar já se pronunciaram e recomendaram, por unanimidade, ao Governo para inscrever este Projeto no PRR.
Há três anos, o Dr. Miguel Cadilhe defendeu na imprensa, que o Interior de Portugal, devia ter exclusividade nos grandes projetos. E uma das sugestões fiscais, para dinamizar o interior do país, passava por rever a lógica do regime de apoios a grandes projetos de investimento, que em sua opinião deveriam ser, um “exclusivo” da política pública para o interior.
Miguel Cadilhe foi ministro das Finanças, e é uma das vozes mais credíveis no que se refere ao desenvolvimento do país e principalmente da Região do Douro. Foi um dos fundadores da Liga dos Amigos do Douro Património Mundial e um dos responsáveis pela classificação que a UNESCO atribuiu ao Douro em 1991. Foi também um dos proponentes desta Petição Pública, aprovada por unanimidade na Assembleia da República, no sentido de devolver ao Norte a ligação ferroviária, desde o Porto até Barca de Alva, com ligação à Alta Velocidade de Madrid, assim capacitando todo o Interior Norte, com uma via ferroviária moderna, capaz de atrair investidores e permitindo que, toda a bacia hidrografia do rio Douro, passe a ter as acessibilidades ao Centro da Península Ibérica, com que sonharam os comerciantes do Porto, que nos idos anos de 1800 a 1830, se quotizaram para construir esta via.
O primeiro-Ministro, aquando da Cimeira Portugal/Espanha, no ano passado, na Guarda, disse que era imperioso que as infraestruturas de ligação transfronteiriça tivessem prioridade nos programas comunitários. Com este apoio da Assembleia da República, não poderá deixar de incluir este projeto.
Vamos acreditar que assim será.